O advento da Revolução Verde na segunda metade do século XX foi responsável por uma série de mudanças no espaço agrário mundial, entre elas, o uso intenso de agrotóxicos. No Brasil, o consumo de tais substâncias vem alcançando níveis alarmantes, o que torna necessária a análise dos impactos ambientais e à saúde humana decorrentes dessa prática. Inicialmente, é imprescindível destacar os efeitos negativos dos agrotóxicos em relação ao ambiente. Os produtos químicos utilizados para o controle de pragas e aumento da produtividade são apontados pelo IBGE como um dos principais culpados da contaminação das águas . Ademais, os prejuízos ainda podem ser manifestados no solo, de modo a torná-lo infértil. Semelhante situação é um absurdo, uma vez que o homem, mesmo sendo beneficiado pela natureza, ainda não demonstra empenho em preservá-la. Além disso, os danos provocados pelo uso desses agentes também são percebidos no que tange à saúde humana. A Organização Mundial da Saúde constatou que, anualmente, são diagnosticadas 70.000 intoxicações crônicas e agudas ligadas aos defensivos agrícolas em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. A partir disso, fica evidente a urgência de repensar a forma como o país enxerga e enfrenta o assunto. Medidas, portanto, são necessárias para mitigar a problemática. De acordo com o sociólogo Gilberto Freyre, sem um fim social, o saber torna-se apenas uma futilidade. Nesse sentido, o Governo, por intermédio da Receita Federal, deve destinar mais verbas para pesquisas sobre alternativas aos agrotóxicos, como os biopesticidas, de origem natural. Esses estudos devem ser desenvolvidos em conjunto por universidades públicas de diferentes regiões brasileiras, a fim de compartilhar soluções que possam reduzir a utilização de compostos químicos maléficos à população e ao ambiente.