Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A tolerância aos agrotóxicos e seus efeitos no Brasil

Redação enviada em 12/06/2018

A chamada Revolução Verde, ocorrida na segunda metade do século XX, refere-se à disseminação de novas técnicas agrícolas que permitiram um vasto aumento na produção. Decorridas décadas após esse marco na agricultura, as inovações datadas desse período são fortemente criticadas por ambientalistas e ativistas da área devido, principalmente, à questão dos agrotóxicos e seus danos. Nesse sentido, fatores de ordem econômica, bem como social, caracterizam o dilema dos defensivos agrícolas na contemporaneidade. É importante destacar, de início, a influência de interesses financeiros na tolerância brasileira ao crescente uso de fertilizantes no país. À guisa do pensamento de Marx, em um mundo capitalizado, a busca pelo lucro ultrapassa valores éticos e morais. Esse fenômeno torna-se evidente com o projeto de lei que altera o registro de agrotóxicos, estabelecendo uma análise menos rigorosa quanto aos impactos desses produtos à natureza e à saúde humana. Essa tentativa de facilitar a liberação de fertilizantes coloca em risco toda a sociedade apenas para garantir maiores safras aos latifundiários e a acumulação de capital por esses grandes produtores. Com a massiva participação dos ruralistas nos órgãos legislativos do país, atuando em favor dos defensivos agrícolas, essa realidade ganha contornos ainda mais preocupantes. Outrossim, tem-se os impactos sociais do uso expressivo de agrotóxicos nas plantações brasileiras. Segundo o documentário “O veneno está na mesa”, que relata a trajetória e os rastros deixados pelos fertilizantes no país, esses produtos são responsáveis pela degradação da saúde dos trabalhadores rurais, que estão em contato direto com os defensivos agrícolas. Ademais, pesquisas recentes do Ministério da Saúde já relacionam a incidência de câncer nos consumidores e nos indivíduos das lavouras com a presença dos agrotóxicos no meio rural, evidenciando as reais e as graves consequências da utilização indiscriminada desses produtos. É notória, portanto, a relevância de fatores econômicos e sociais na problemática supracitada. Nesse viés, o Ministério da Agricultura e Meio Ambiente, em consonância com os grandes produtores, deve realizar pesquisas na área dos agrotóxicos a fim de encontrar produtos menos ofensivos à natureza e à saúde humana, como os biopesticidas. A ideia dessa medida é, a partir de projetos nas principais universidades do país, minimizar os impactos dos defensivos agrícolas na sociedade brasileira. Paralelamente, é dever da população pressionar os órgãos legislativos para a negação do projeto de lei que visa facilitar a liberação de agrotóxicos. Essa intervenção deve contar com campanhas na internet e nas ruas a fim de mobilizar os cidadãos na luta contra o uso abusivo desses produtos e assegurar alimentos menos contaminados na mesa dos brasileiros.