De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um '' corpo biológico '' por ser composto por partes que integram entre si. Dessa maneira, todos os seus componentes devem viver em harmonia para que haja uma coesão social. Contudo, quando se observa a questão dos agrotóxicos e seus efeitos no Brasil percebe-se que esse ideal é contestado na teoria e não na prática. Nesse âmbito, fica claro insuficiência da estrutura especializada no acompanhamento desse setor, frente a essa problemática, bem como a falta de compreensão deste. Em primeiro, plano vale ressaltar que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com a tese de Thomas Hobbes, a intervenção estatal é necessária para garantir o equilíbrio na sociedade. No entanto, é notável que o poder público não cumpre seu papel como agente fiscalizador uma vez que, de acordo com a Anvisa, 25% dos produtos alimentares possuem resíduos de agrotóxicos acima do permitido, caracterizando um irrespeito com a saúde brasileira. Desse modo, evidencia-se uma maior gerência estatal como forma de combate à problemática. Ademais, o sociólogo Zygmunt Bauman define, na obra '' modernidade líquida '' que a fluidez nas relações sociais é uma das principais características da pós-modernidade e, consequentemente, parcela da população tende ao imediatismo das relações sociais. Nessa perspectiva, o fluxo de informações ocorre em grande velocidade, fenômeno que muitas vezes dificulta uma maior reflexão acerca dos dados recebidos, fazendo com que o indivíduo se acostume a utilizar apenas informações superficiais acerca do assunto, sem conhecimento prévio. Tal fato está relacionada na questão dos agrotóxicos, já que há uma falta de conhecimento científico sobre o assunto. Assim, o fortalecimento de concepções levianas é transmitido com muita facilidade agravando o problema no Brasil. Logo, é necessário que o Ministério da Agricultura em parceira com o poder público formule e implemente políticas para o desenvolvimento do agronegócio a fim de promover a segurança alimentar, garantindo uma maior fiscalização e implemente punições mais rígidas, como multas, para os proprietários de terras que não seguem os padrões estabelecidos sobre os agrotóxicos. Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Social juntamente com as ONGs deve implementar campanhas, palestras e debates sobre segurança alimentar nutricional voltada para os grandes produtores e a população afim de que todos possam ter esclarecimentos acerca dos agrotóxicos e suas consequências.