Foi no fim da Idade Média que a rotação de terras - desenvolvida pelos vassalos do senhor feudal - permitiu a otimização das colheitas e solos dos plantios nos feudos. Desde então, dada a importância da agricultura na economia, são empregadas técnicas que resultem em um maior aproveitamento das áreas plantadas, como o uso de agrotóxicos, que agem no controle de pragas, aumentando, consequentemente, a produtividade. Apesar de se apresentar como um grande vilão na qualidade dos alimentos, hodiernamente, esses produtos são usados com enorme frequência nos "plantations" brasileiros. Em primeiro lugar, é importante ressaltar os impactos negativos causados pelo uso incessante dos agrotóxicos. Sintetizados quimicamente, esses produtos permanecem nos alimentos - como frutas, verduras, legumes - que são diariamente consumidos pelos brasileiros mesmo depois de lavados e a ingestão contínua, de acordo com a organização global Greenpeace, pode acarretar sérios riscos a saúde. É sabido que, biologicamente, populações tornam-se resistentes ao meio em que vivem e, desse modo, será preciso aumentar a intensidade das aplicações, tornando-se, gradativamente, mais nocivas à saúde das pessoas. É importante considerar, entretanto, a importância do uso dessas substâncias no cenário econômico brasileiro, dependente majoritariamente do setor primário - extrativismo e agricultura. Sendo um dos maiores agroexportadores mundiais de "commodities", o uso dos pesticidas tornam-se inevitáveis, dada a alta demanda de produção e a extensão das plantações. Dessa maneira, atrelado ao fato de ser um dos maiores produtores, o país é também campeão mundial no uso de agrotóxicos, de acordo com a professora e pesquisadora do laboratório de Geografia Agrária da USP, Larissa Mies Bombardi. Fica evidente, portanto, que o uso de agrotóxicos nas áreas agricultáveis brasileiras deve passar por reformas. Sendo assim, cabe ao Ministério do Meio Ambiente implementar leis que levem o agronegócio a adotar medidas de substituição dos agrotóxicos sintéticos (nocivos à saúde e meio ambiente) por inseticidas orgânicos nas plantações por meio de leis, fiscalizações periódicas e incentivos fiscais - para que não aumente o custo de produção - a fim de garantir não só o combate a pragas, como também assegurar a integridade da saúde dos consumidores. Dessa forma, além da melhora evidente na qualidade dos alimentos que chegarão às mesas da população brasileira, o meio ambiente, ameaçado nas mais variadas frentes, também é beneficiado.