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Redação sem título.

Tema de redação: A tolerância aos agrotóxicos e seus efeitos no Brasil

Redação enviada em 27/05/2018

Em 1962 a bióloga Rachel Carson denunciou, em seu livro “Primavera Silenciosa”, que o uso do agrotóxico DDT (diclorodifeniltricloroetano) leva diversas espécies de aves a problemas reprodutivos e até à morte. Meio século depois, a oposição da cientista ao uso dos pesticidas ainda se justifica. No Brasil, por exemplo, ações como essas, que levam ao desequilíbrio ecológico, são, aliás, legalmente amparadas: de acordo com as exigências atuais, são utilizados até 10 mil animais para o registro de um novo agroquímico. Definitivamente, essa situação urge por mudanças. O veneno sobre a mesa. Aponta a Fundação Abrasco que 70% dos alimentos in natura no país são contaminados por praguicidas. Como se não bastassem os danos causados a outras espécies, “numa reivindicação triunfante do princípio de Darwin”, como disse Carson, o biocida também vem mostrando as consequências de seu uso ao autodesignado mais apto à sobrevivência, o ser humano. Segundo o nutricionista Fábio Gomes, os problemas vão desde desregulações hormonais e quadros de infertilidade a uma má formação fetal e um aumento do risco de desenvolvimento de câncer. Por outro lado, a aberta tolerância à utilização de agrotóxicos nas lavouras brasileiras expõe uma faceta político-econômica do problema. O peso do agronegócio na economia nacional, com um percentual de contribuição de 23,5% em 2017 segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, reprime a possibilidade de avanços por parte do movimento ambientalista em relação a uma possível redução gradativa do uso dos defensivos. Assim, é preciso soluções que aliem o crescimento econômico da nação com o seu desenvolvimento sustentável, de modo que os ecossistemas – e o próprio brasileiro - não permaneçam prejudicados com a mentalidade capitalista vigente. Diante dos fatores elencados, é mister que a Agência Nacional de Vigilância proíba a circulação de agrotóxicos em território nacional já devidamente certificados de sua alta periculosidade em outros países, como os da União Europeia e os Estados Unidos, onde esses defensivos específicos são proibidos. Além disso, o Governo Federal, na figura do Poder Executivo, deve investir em pesquisas em universidades federais para a fabricação e comercialização de defensivos alternativos que sejam menos nocivos à população e às demais espécies. Pois profetizara a já referida ecologista que “o homem é parte da natureza e a sua guerra contra a natureza é, inevitavelmente, uma guerra contra si mesmo”.