Os agrotóxicos são produtos químicos comumente usados em safras de larga escala para aumentar a eficiência da produção agrícola e que são nocivos à saúde humana. Nos últimos 50 anos, o uso desse produto intensificou-se, encontrando campo fértil na desinformação da população brasileira acerca de seus perigos; como consequência, o setor agroexportador vê-se sob hipertrofia na economia brasileira. A priori, é notável que a sociedade brasileira tem pouco conhecimento sobre o processo de produção dos alimentos que consome, muito menos sobre o que é o agrotóxico e seus perigos. São raros os veículos de comunicação que reservam tempo de seus programas para tratar de tal assunto com seriedade, em parceria com especialistas na área. Dessa maneira, as grandes empresas do agronegócio tornam-se livres para usar a quantidade que bem entenderem dessas substâncias em suas mercadorias, na medida em que não encontrarão oposição por parte de seus consumidores. Além disso, a tolerância ao uso do agrotóxico é uma ameaça à evolução da economia brasileira. Esse produto estimula uma maior eficiência das safras, aumentando a influência do setor agrícola na economia, que fica dependente da exportação de itens de baixo valor agregado. Nesse cenário, as indústrias e empresas nacionais dos outros setores econômicos se encontram desestimuladas, fazendo com que o país seja também dependente da importação de itens custosos. Assim, o Brasil está cada vez mais perto de se tornar uma “república das bananas”. Em vista disso, tomar medidas contra essa problemática é imprescindível. O governo federal, junto aos Ministérios da Comunicação e da Agricultura, deve abrir programas obrigatórios às rádios, tais como “A Voz do Brasil”, que discutam com especialistas os perigos que o uso de agrotóxicos envolve, de modo a sensibilizar a população desinformada sobre o assunto. Ademais, o governo federal, junto ao Ministério da Fazenda, também deve desestimular o uso dessas substâncias, por meio do aumento de seu preço, para que a hipertrofia do setor agroexportador seja revertida e dê espaço a outros tipos de atividades nacionais. Assim, construir-se-á um país mais consciente e menos dependente economicamente.