Título da redação:

Instituição zumbi

Tema de redação: A tolerância aos agrotóxicos e seus efeitos no Brasil

Redação enviada em 28/08/2018

Com a Revolução Verde, os produtos agrícolas tiveram um elevado desenvolvimento, em consequência da ampla difusão dos defensivos agrícolas, o qual propiciou uma grande produtividade na agricultura. No entanto, no Brasil, hodiernamente, verifica-se que, aliado as benécias, a tolerância desses produtos apresentam um novo desafio, no que se refere aos efeitos nocivos à saúde. Nesse sentido, a perpetuação dessa problemática reflete um cenário desafiador para a nação verde-amarela, seja pela parcimônia estatal, seja pela ausência de conhecimento. Em primeira análise, cabe pontuar que é notório a ineficiência estatal em projetos que flexibilizam o uso de agrotóxicos. Nesse aspecto, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que diminui a fiscalização de agrotóxicos, o qual facilita a entrada de agentes químicos mais fortes que aumentam a produtividade, mas trazem riscos a saúde. Sob essa ótica, o sociólogo Zygmunt Bauman, desenvolveu o conceito de “instituições zumbis”, segundo o qual algumas instituições, dentre elas o Estado, estão perdendo sua função social. Tal cenário patológico vai de encontro à países como a França que proíbem, veementemente, essas substancias que são carcinogênicas. Desse modo, o Estado só demonstra a sua inoperância, e, caso permita a aprovação desse projeto, os danos a Nação podem ser irreparáveis. Ademais, convém frisar que a falta de conhecimento da sociedade corrobora o crescimento de alimentos com agrotóxicos. À vista disso, é perceptível que os alimentos com esses defensivos têm potencializados o sabor e tamanho, sendo mais atrativos. Nesse aspecto, segundo relatório da ONG Greenpeace, mais de um terço dos alimentos consumidos no Brasil têm agrotóxicos. Tal realidade flageladora persiste, visto que a população é enganada por alimentos maiores e mais saborosos que os orgânicos – sem os defensivos. Dessa forma, urgem que as instituições formadoras de opinião atuem de maneira enérgica, afim de mudar essa conjuntura. Torna-se evidente, portanto, que a ineficácia do poder público e desconhecimento social, demonstram-se estorvos a serem resolvidos. Logo, cabe ao terceiro setor, em parceria com a ANVISA, barrar o prosseguimento desse projeto, por meio de uma ação civil pública, afim de mostrar aos legisladores e agricultores outras formas de combate as pragas - principal objetivo do agrotóxico-, como o biopesticida que é menos prejudicial por ser biodegradável. Outrossim, cabe às escolas, desde a educação básica, incentivarem o uso de alimentos orgânicos durante a alimentação escolar, com o objetivo de diminuir a realidade vigente no País.