Sabe-se que a Revolução Verde – ocorrida em meados da década de 60 – foi um movimento mundial que revolucionou as técnicas agrícolas. Na agricultura, além de passar a usar transgênicos grandes maquinários agrícolas e adubos, também foi incorporado o uso de agrotóxicos visando a melhorar e intensificar a produtividade agrícola, com o fito de acabar com a fome do mundo. Nesse mosaico, percebe-se que a utilização de agrotóxicos é eficiente no processo produtivo, contudo, pode ser bastante prejudicial à saúde humana. Não muito longe, essa dualidade também é recorrente no Brasil, no qual há descaso governamental para solucionar o problema. Em primeiro lugar, é fato que os agrotóxicos são grandes aliados das etapas de produção agrícola. O uso desse elemento químico permite que pragas e doenças, as quais afetam as plantações, sejam dizimadas. Assim, o produtor não perde a eficácia da colheita, como também a indústria não deixa de ter matéria-prima para ser processada e distribuída ao mercado consumidor. Dessa forma, mostra um importante avanço, haja vista que os hominídeos do período Neolítico dependiam da sorte e da natureza para garantir a agricultura de subsistência. Em segundo lugar, é indubitável que os agrotóxicos são inimigos diretos da natureza e da saúde humana. O manejo desse insumo em plantações, além de contaminar os alimentos – podendo causar intoxicação nas pessoas ou até mesmo câncer -, pode contaminar a água dos rios adjacentes, assim como prejudicar a fauna e flora aquáticas. Nesse ângulo, segundo a BBC Brasil, em 2014, cerca de 18 mil pessoas morreram de câncer em terras gaúchas, principalmente em regiões com intenso uso de agrotóxicos. Destarte, percebe-se que os efeitos negativos desses elementos químicos superam os positivos, entretanto, caso tivessem investimentos governamentais em pesquisa para o desenvolvimento de pesticidas menos nocivos à saúde humana, a situação poderia ser diferente. Fica evidente, portanto, a necessidade de medidas para resolver os impasses em questão. Sendo assim, é de suma importância que as pessoas mudem o comportamento diante da problemática, por meio da preferência pelo consumo de alimentos orgânicos, a fim de evitar os efeitos negativos dos alimentos tratados com agrotóxicos. Além disso, é preciso que os Ministérios da Agricultura, Saúde e do Meio Ambiente destinem mais recursos financeiros às pesquisas de universidades, para que desenvolvam outros elementos químicos agrícolas que sejam menos nocivos aos seres humanos e ao meio ambiente. Dessa maneira, com a adesão dessas ações, poder-se-á um dia resolver essa dualidade dos agrotóxicos no Brasil.