A condição do Brasil como grande país exportador é advinda do agronegócio comandado pelos grandes produtores por meio de um capitalismo selvagem e sem responsabilidade ambiental. Por conseguinte, a utilização em larga escala de agrotóxicos apresenta um risco ao meio ambiente e à saúde da população brasileira. Logo, é necessário que ocorra uma reformulação nos precedentes do uso dessas substâncias para assegurar que seus efeitos sejam minimizados. Os agrotóxicos são utilizados para aumentar a produtividade agrícola, todavia, o acúmulo dessas substâncias no corpo humano ao longo dos anos é extremamente prejudicial, tendo em vista o seu potencial carcinogênico. Segundo dados da Anvisa, 70% dos alimentos consumidos pelos brasileiros possuem resíduos de agrotóxicos e 30% estão irregulares. Além disso, os trabalhadores rurais também sofrem as consequências, pois geralmente nem sequer possuem os equipamentos necessários para sua proteção e entram em contato direto com esses resíduos. De acordo com Aristóteles, “A política não deveria ser a arte de dominar mas sim de fazer justiça”. No entanto, é notório que na prática isso não ocorre e os devidos representantes políticos utilizam instrumentos políticos para atender somente aos seus interesses. Um exemplo disso é o projeto de lei PL 6.299/202 aprovado pela bancada ruralista que flexibiliza ainda mais a aprovação de novos agrotóxicos, como também determina que somente aqueles com risco “inaceitável” não poderão circular. Enfim, medidas como essa socializam o prejuízo para a população e afrouxam um sistema que já é falho. Em suma, é dever do Estado assegurar a saúde de seus cidadãos, direito previsto constitucionalmente. Ademais, o Governo Federal deve aumentar a rigidez da fiscalização das leis vigentes no Código Penal, punindo as empresas que não atenderem aos limites estabelecidos, ao passo que a quantidade de agrotóxicos seja diminuída. Outrossim, é necessário também que o Estado invista em um agronegócio mais sustentável e com práticas mais voltadas para a agroecologia, diminuindo a burocracia para os pequenos produtores e valorizando os trabalhadores rurais.