Desde o Iluminismo é notório que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, com a forte manifestação xenofóbica à respeito dos refugiados em pleno século XXI, percebe-se que tal ideal iluminista é verificado apenas teoricamente, em oposição à realidade. Nessa conjuntura, é válido analisar a questão dos fugitivos de conflitos em âmbito estrutural, pelas perigosas migrações, e social, pelo vigente preconceito. É indubitável que os perigos encontrados na mobilização tornam-se um fator crucial da jornada aos países acolhedores. A OIM, Organização Internacional de Migrações, divulgou estatísticas afirmando que neste ano de 2016, aproximadamente, quatro mil migrantes e refugiados perderam a vida durante os deslocamentos, um aumento de 34,6% em relação ao ano anterior. Esses dados estão diretamente relacionados aos precários meios de transporte , as longas jornadas à pé e as intensas repressões nas fronteiras de fuga dos países de origem. Desse modo, inúmeros indivíduos migram incertos de alcançarem um abrigo, intensificando de sobremaneira a insegurança . Outrossim, os que alcançam o destino final ainda encaram a rejeição por parte da população nativa. Segundo Pierre Bordieu a violação aos Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, o desrespeito está, sobretudo, na perpetuação de preconceitos contra dignidade da pessoa humana ou de um determinado grupo. Analogicamente ao sociólogo é coeso assinalar que a conotação pejorativa aos refugiados nos ambientes, os quais supostamente, deveriam auxiliá-los durante o contexto conflitante presenciado, prejudicam ainda mais suas recuperações. Destarte, a constante intolerância afeta negativamente os alicerces da sociedade, rompendo, então, a base harmônica entre a solidariedade e compreensão. Entende-se, portanto, que os refugiados precisam ser respeitados e auxiliados por qualquer nação, a fim de manter sua dignidade preservada. Como forma de amenizar a problemática os Governos Nacionais, junto às ONG's, devem enviar grupos resgatadores, com o intuito de amenizar os impasses das estradas e travessias, assim como, faz-se necessário que as instituições de ensino, aliado às mídias, promulguem palestras e campanhas que de discutam essa situação de maneira clara e eficaz. Por conseguinte, os até teóricos ideias iluministas hão de ser práticos em prol da igualdade.