Título da redação:

Da moradia à empatia: atenuando as dores dos refugiados

Tema de redação: A saga dos refugiados: o caminho entre a fuga e a xenofobia.

Redação enviada em 17/05/2017

Muitos jovens do Oriente Médio e do norte da África foram às ruas, em março de 2011, na chamada Primavera Árabe. As reivindicações por liberdade de expressão, democracia e justiça social culminaram, todavia, em um clima de tensão propício à expansão de grupos terroristas e ao surgimento de governos ainda mais autoritários. Devido às guerras civis que perduram em países como a Síria e o Egito, faz-se necessária a intervenção de outros países nessa realidade, os quais devem dar apoio aos povos refugiados. A fim de viabilizar o suporte supracitado, é preciso, inicialmente, analisar o viés econômico e a conjuntura social dos países receptores das pessoas expatriadas. Por meio de dados estatísticos divulgados pela BBC, é perceptível a falta de engajamento dos países mais ricos em assistir aqueles grupos que imigram, já que abrigam apenas 14% do total de refugiados. Consequentemente, a maioria das populações exiladas não tem acesso a condições de moradia adequadas e conseguem apenas empregos informais, o que pode dar margem à exploração de mão de obra, ao assédio e, até mesmo, ao tráfico humano. Concomitantemente, é imprescindível que haja um suporte psicológico aos migrantes, bem como uma adaptação, também nesse âmbito, daquelas nações receptoras de seres humanos com costumes tão divergentes dos seus. De acordo com Augusto Cury, psiquiatra e psicoterapeuta, é essencial que as pessoas saibam gerenciar, em primeiro lugar, suas emoções, para que, posteriormente, saibam viver em harmonia social. Infelizmente, há uma parcela de seres humanos sofrendo e sendo dizimados, enquanto outros erguem muralhas físicas e ideológicas impedindo melhorias nas condições de vida dos primeiros. Diante do exposto, percebe-se a extrema importância de uma mobilização mundial que venha a sanar as necessidades físicas e psicológicas dos refugiados. Primeiramente, as instituições de ensino devem disseminar o respeito às diferenças, por meio de palestras educativas, com o propósito de reduzir atitudes xenofóbicas e fazer com que, desde o princípio de sua formação humana, crianças e jovens desenvolvam empatia pelos que necessitam de ajuda. Ademais, a ONU deve convocar reuniões entre os líderes dos países desenvolvidos na tentativa de direcionar os refugiados para os países com mais condições de recebê-los. Quem sabe, assim, essa questão aparentemente não solucionável passe a ser apenas mais um de tantos acordos diplomáticos do mundo contemporâneo.