Título da redação:

Alteridade: o sorriso anfitrião

Tema de redação: A saga dos refugiados: o caminho entre a fuga e a xenofobia.

Redação enviada em 18/09/2016

Discursos e atitudes xenófobas não são novidades na era da moderna. O clima anti-imigração revela os tijolos da edificação dessa complexidade. Na Grécia Antiga, estrangeiros eram destituídos de cidadania,e os que viviam fora de suas fronteiras eram considerados bárbaros( não-civilizados). A intolerância religiosa da Igreja Católica , durante a Idade Média , perseguia hereges. Adiante , no Absolutismo, os contrários ás ordenanças do rei eram declarados inimigos do Estado (perseguição política). Em todos os diferentes casos algo em comum: intolerância. Para uma nação eliminar os discursos xenófobos, racistas e/ou preconceituosos é necessário se submeter ao desafio da tolerância, traçando a alteridade como objetivo humanitário. Refugiados são pessoas que sofrem uma migração forçada, por vários fatores, dentre os quais: perseguição política( caso da Eritreia), perseguição religiosa ( Estado Islâmico e Boko Haram) e guerra civil ( Síria).Entretanto, em primeiro lugar, é necessário compreender que os refugiados apresentam uma ameaça política para países anfitriões, visto que estes vêm de sistemas divergentes de cidadania e essa adaptação torna-se severa. E também uma ameaça religiosa, pois culturalmente são fundamentados em doutrinas divergentes. Assim, o choque de culturas torna-se natural, mas não insuperável. Contextualmente, é preciso entender que a Europa (cenário central de xenofobia) , foi fundada por séculos numa cultura eurocêntrica e neocolonialista. A intolerância contra refugiados , não obstante, atrai as palavras da pesquisadora Rossana Reis Rocha de que, quando o direito individual de um expatriado se choca com o direito do Estado de selecionar quem entra em seu território , como e quando, qual deve prevalecer? A resposta é o do anfitrião. Cabendo aos recém chegados se adequarem culturalmente e politicamente aos sistemas que imperam na nação que lhes deu uma nova chance. Portanto, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) deve garantir a proteção de milhares de pessoas deslocadas no mundo, e também encontrar soluções para as dificuldades dessa ajuda . A população deve agir com alteridade em nome daqueles que imploram a vida. Aos refugiados, cumpre a teoria contratualista de Rousseau , que para existir ordem, é necessário um contrato entre estes e o Estado. O primeiro no quesito disciplina , o segundo no quesito direito e proteção. Também é necessária a conscientização de que estes "devem suas vias" ao abrigo ofertado, na condição de se submeterem ás leis e a cultura do país.