Título da redação:

A recrudescência da animalidade

Tema de redação: A saga dos refugiados: o caminho entre a fuga e a xenofobia.

Redação enviada em 19/09/2015

Quais características seriam capazes de diferenciar um ser humano de um animal qualquer? Alguns diriam inteligência, o que faz todo o sentido, mas talvez, aquilo que defina um ser humano seja a sua capacidade de sentir alguns dos sentimentos mais nobres, como, por exemplo, a compaixão, o poder de empatia. Nos últimos meses, todas as mídias estiveram inundadas com notícias sobre os refugiados Árabes. Pessoas que, fugindo da perseguição e repressão que enfrentam em seus países, tentam entrar no continente Europeu. Esses homens não buscam o crescimento econômico. Eles querem aquilo que é direito básico de todo ser humano: a vida. A conservação da própria vida é o único motivo pelo qual eles abandonam seus países. E aquilo que mais chama atenção não é a guerra e a perseguição que sofrem, e sim a atitude daqueles que deveriam acolhê-los. Ao ver soldados protegendo as fronteiras e jornalistas tentando impedir a entrada dos imigrantes, surge a pergunta: será que realmente o ser humano conseguiu se diferenciar dos animais? É como se dois bandos da mesma espécie brigassem por um mesmo habitat. Tal situação é, no mínimo, demonstração de insensibilidade. Além de todo egoísmo, quando um país e seus habitantes negam o auxílio, não estão, como pensam, protegendo a pátria. Estão, em verdade, compactuando com todo crime e barbárie que se disseminam pelos países árabes. Tal fato muito lembra o Holocausto, quando os diferentes eram eliminados. Os miseráveis, após atravessarem mares e todos os seus perigos, descobrem que o inimigo também está do outro lado. Diante de tamanha crueldade, é preciso que, antes de mais nada, a sociedade compreenda que a luta não é contra aquele que "invade" o seu país, mas sim contra toda forma de repressão e barbaridade que assolam o planeta. Da mesma maneira que se unem quando a guerra é "necessária", países devem se unir para receber os refugiados, cada um fazendo a sua parte. A sociedade também deve cumprir o seu papel na inclusão desses imigrantes em um novo país, lembrando sempre que, antes mesmo de serem Árabes ou Europeus, são todos seres humanos.