A verdade num presídio brasileiro, para muitos, é surreal e pode até ser comparada à situação do filme "Alice no país das maravilhas", pois não se sabe até onde os fatos são reais ou pura ficção. Relatos do projeto científico "Cartas do Cárcere" demonstram que as violações da dignidade podem ser tão grandes que se observa como gasta-se mais com presos que com alunos de escolas públicas e os resultados permanecem insatisfatórios. Com a terceira maior população encarcerada do mundo, o estado brasileiro destina grande parte do dinheiro de impostos também com recursos materiais, humanos, jurídicos e alimentares para este setor. Dessa forma, a União está sobrecarregada e mesmo assim o sistema prisional não cumpre seu objetivo: ressocializar seus encarcerados. É priorizada a construção de prisões, sua manutenção, não. Em contrapartida, escolas e hospitais públicos são fechados por controle de gastos. A população arca duas vezes financiando o sistema penitenciário (pagando tributos e arcando com a continuidade dos crimes pelos ex-presos. Com base no exposto, os governos federal e estaduais em conjunto com organizações privadas, podem implementar o desenvolvimento de atividades remuneradas (agrícola, manuais, artística) aos que cumprem penas. Estes poderão então restituir os cofres públicos.