É responsabilidade do Estado arcar com as despesas dos presídios brasileiros. Todavia o Brasil possui a terceira maior população carcerária, fato que além de gerar mais gastos também contribui para problemas na manutenção destes ambientes tais como a superlotação, má higienização, contração de doenças, ocasionando revoltas internas violentas. Essas condições influenciam na recuperação e reintegração do preso, já que segundo a concepção de Karl Marx o homem é o produto do meio, por conseguinte para mudar o homem deve-se mudar também o meio. Em primeira análise, com a alta criminalidade e o aumento do número de presos, a prioridade deveria ser buscar meios que previnam e reprimam a ocorrência de crimes, como melhorias na educação das escolas, visando tratar a raiz do problema. No entanto, o governo prioriza financiar novas instituições carcerárias. Dessa forma gera-se mais gastos, uma vez que um detento tem a despesa maior que a de um estudando de ensino médio. A frase do antropólogo mineiro, Darcy Ribeiro, exemplifica a atual problemática: “Se os governantes não construírem escolas, em 20 anos faltará dinheiro para construir presídios”. Outra alternativa para diminuir despesas por presidiário seria o estímulo ao trabalho nas prisões, que por não ser obrigatório gera detentos ociosos que não produzem, apenas gastam. Ademais, o trabalho voluntário e/ou cursos técnicos contribuem para a reintegração social do preso, diminuindo a chance de reincidência criminal. Este argumento baseia-se no fato de que disponibilizar uma qualificação para o detento é uma forma de combate ao crime, já que ao ser liberto, este terá uma chance de ascender socialmente. Em vista dos argumentos apresentados, é necessário primeiro focar em prevenir crimes a começar nas escolas. O Estado aliado ao Ministério da Educação devem destinar recursos financeiros voltados para construção e melhorias o das escolas e universidades, investindo na formação de professores que consigam orientar e formar futuros cidadãos conscientes. Visando a reinserção social do preso, o Estado deve incentivar o trabalho de presos em serviços públicos voltados para o benefício da sociedade, gerando uma remuneração que atenderia primeiramente a reparação dos danos causados pelo crime e também as despesas individuais.