Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 17/02/2018

Simone de Beauvoir, célebre escritora e ativista francesa defensora do feminismo, disse: “ A humanidade é masculina e o homem define a mulher não em si, mas relativamente a ele: ela não é considerada um ser autônomo”. É assim que se resume à dramática situação das mulheres, objetificadas e sujeitas a hostilidades, represálias e julgamentos quando vitimizadas pela cultura do assédio sexual. Ao passo, que ainda encontram a insuficiência de leis e impunidade, a desinformação e as desigualdades sociais como enlaces desse problemas. De fato, houve um crescimento do número de denúncias sobre assédio sexual nos últimos anos. Nos EUA por exemplo, na cerimônia do Globo de Ouro personalidades artísticas femininas manifestaram seu repúdio a diretores, atores e produtores conhecidos mundialmente acusados de violência e assédio sexual, e a “hashtag me too” gerou assombrosa repercussão. Todavia, devemos reconhecer que a população munida de informação é privilégio de poucas e as mulheres mais vulneráveis, de baixa escolaridade, sem acesso a comunicação e ínfima percepção do papel da mulher formam a grande maioria assediada. Outra questão de interesse é a difusão do assédio, que não se restringe apenas aos domicílios, e agora locais públicos e empresas são cenários banais. Houve, por exemplo um aumento de 40% em denúncias de abuso nos transportes coletivos. Outro ponto importante é o da impunidade. A abertura de um processo legal de assedio é lenta e a maioria das mulheres desistem do recurso. Além disso, a pena incutida ao agressor que termina em pagamento de cestas básicas reforça o grande número de subnotificações e as chamadas “ cifras negras”, crimes não resolvidos, e obviamente uma desacreditação do sistema de leis. Logo, o desafio é múltiplo e envolve ações em vários setores. O primeiro é legal, sendo necessário diminuir toda essa “diplomacia legal” e ser mais objetivo e veloz no processo, bem como, rever as penalidades impostas. No âmbito trabalhista, a cultura sexista das empresas deve acabar, desprivilegiando homens e aumentando a participação das mulheres. Na esfera educacional e cultural, deve-se trabalhar questões de igualdade de gênero, abuso e informação a nível mundial e em regiões menos favorecidas, a fim de alcançar a maioria das mulheres vitmizadas. Finalmente, informação é poder, e campanhas contra assédio em meios televisivos e nos locais públicos e de trabalhos devem ser difundidos.