Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 31/10/2017

As mulheres, embora em pé de igualdade com todos os cidadãos constitucionalmente, ainda enfrentam notórios desafios sócias, se configurando o principal deles o assédio sexual. Esse fator foi evidenciado no tumultuado ano de 2017, que fora marcado pelos escandalosos casos de assédio sexual no transporte público, ocasionando comoção nacional e mobilização pela parte legislativa, com a proposição de novas leis que visaram aumentar a punição perante crimes desta alçada. No entanto, as bases desta problemática ainda imperam em nosso cotidiano, nossa característica de sociedade patriarcalista, em conluio com a ineficiência educacional na formação cidadã, se configuram os principais problemas a serem discutidos e sanados, visando, assim, a soberania feminina suprema perante o corpo. Sabe-se que, segundo dados da “Campanha Chega de Fiu Fiu”, cerca de 85% das mulheres já tiveram seu corpo tocadas publicamente sem permissão. Esse desrespeito da soberania do próprio ser, advém das concepções patriarcalistas ainda presentes na sociedade. Sendo o “modus operandi” desta concepção a submissão das mulheres perante os homens, estes, portanto, portadores de maior poder perante à sociedade, e dominante em relação às mulheres, e, por conseguinte, permitidos a expressar seus desejos em detrimento da individualidade feminina. Dessa forma, essa concepção, normatiza práticas criminosas na sociedade. Além dessa concepção, a omissão na formação cidadã é também um dos principais fatores que propiciaram a atual realidade. Nesse sentido, a escola como propiciadora de reflexividade tem falhado na educação para à convivência em sociedade, não só negligenciando a educação perante ao respeito da individualidade e da propriedade corporal do outro, mas se torando ambiente em que esse tipo de violação também é perpetrada. Destarte, as crianças desde a infância não são postas em contato com estas questões e acabam se tornando adultos mais suscetíveis a perpetuar seu viés patriarcalista e, consequentemente, interpretar o assédio para com as mulheres como fato natural da sua suposta superioridade social. Fica evidente, portanto, que o assédio sexual é tanto fator cultural quanto fator estrutural em nossa sociedade, urgindo medidas para o combate de tal desrespeito das individualidades. Nesse contexto, o Poder Legislativo deve, com o intuito de não sobrecarregar o sistema prisional e reeducar a assediador para a reinserção social, criar penas alternativas para crime de assédio, sendo a reclusão em clínicas educacionais e a obrigatoriedade do comparecimento em cursos de reciclagem social, visando, assim, não somente punir a contravenção penal, mas também reabilitar o culpado. Ademais, o Ministério da Educação deve promover cursos online, ministrados por pedagogos e psicólogos, visando capacitar os professores no trato com seus alunos sobre os temas da sexualidade e o respeito para com o próximo, visando melhor inserir estes aspectos na vida futura.