Muito se tem discutido, nos últimos tempos, a respeito do assédio sexual sofrido pelas mulheres no Brasil. Com a decadência da submissão ao homem, muitas mulheres têm criado coragem para denunciar o agressor. Entretanto, existem ainda desafios no que tange o assunto, como a cultura machista e a desconfiança quanto à veracidade da denúncia. Aspectos patriarcais foram implementados na sociedade brasileira com a chegada dos jesuítas e portugueses ao país. Dessa forma, regras sociais que eram contra a liberdade da mulher tornaram-se parte da cultura; contudo, tais tendências machistas calam as mulheres perante uma comunidade dominada por homens que, em alguns casos, acham que a figura feminina é propriedade destes. Assim, certos indivíduos creem que a mulher deve acatar tudo o que eles dizem, inclusive cantadas inoportunas. Entretanto, tal ideia vai de encontro com a filosofia de Simone de Beauvoir, que defende a igualdade de sexos e a desconstrução social de hierarquização de gêneros. Ademais, outra característica sociocultural brasileira é a incredulidade quanto às denúncias de assédio. Ainda associada em conceitos machistas, a ideia de que a mulher está mentindo para chamar atenção revela-se ainda presente contemporaneamente. Isso foi percebido no caso de assédio ao ator José Mayer a uma figurinista, em que inúmeras pessoas a acusaram de mentir para conseguir fama. Apesar de certa relevância já tomada, o assédio sexual ainda é um assunto que carece de medidas mitigadoras. A principal delas é em longo prazo, pois é necessário que a Família e as Escolas ensinem a equidade de gêneros e o respeito mútuo, a fim de reduzir o discurso misógino no país. Cabe ao Ministério Público condicionar os agentes de segurança a respeitarem e acolherem a denúncia feminina; além disso, é necessário distribuir cartilhas e dispor à Mídia debates que mostrem a necessidade de ouvir as mulheres. Assim, será possível conduzir o país para uma nação igualitária, que oferece segurança e bem-estar a toda sociedade.