Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 23/10/2017

Definido como uma prática de ato libidinoso não aceitável e não requerido, o assédio sexual está, usualmente, presente no cotidiano das mulheres brasileiras. Para combatê-lo, o senador Magno Malta inseriu, no Código Penal, o crime de Constrangimento Ofensivo ao Pudor. Entretanto, de fato, não é apenas uma lei que irá sanar o problema do assédio sexual no Brasil, sendo necessário que variadas ações ocorram simultaneamente. Nesse contexto, deve-se analisar como o machismo vigorado na sociedade e o desencorajamento da população feminina acerca da denúncia de assédios sexuais influenciam na problemática em questão. O machismo é a principal causa da persistência dos assédios sexuais no Brasil. Isso decorre do pensamento vigorado na sociedade de que há a supremacia do homem em relação à mulher, que deve ser submissa e respeitar o ser de sexo masculino e, assim sendo, no mercado de trabalho, principalmente, o homem é supervalorizado, podendo até receber mais pela mesma prestação de serviço. Dessa forma, de acordo com Eduardo Galeano, “o machismo é o medo dos homens das mulheres sem medo” e, por isso, é importante que ocorra mudanças para que as mulheres deixem de ser vítimas do sexo oposto e, por consequência, deixem de ser alvo de assédios e abusos. Além disso, nota-se, ainda, que o desencorajamento da população feminina a denunciar os casos de assédio também é uma das principais causas dos vertiginosos números de vítimas dessa prática no país. Isso se deve ao fato de que há a falta de estímulo e segurança para que as mulheres denunciem os crimes, fazendo com que a persistência das ocorrências de assédio seja discrepante na sociedade brasileira. Prova disso é que, mesmo com a Lei Maria da Penha, os casos de assédio continuam crescendo e, segundo a campanha “Chega de Fiu Fiu”, lançada pelo “Think Olga”, quase 90% das mulheres brasileiras já sofreram assédio sexual. Porém, embora caótica, essa situação é mutável. Torna-se evidente, portanto, que são necessárias intervenções que resolvam esse impasse. Em razão disso, cabe ao Ministério da Cultura (MinC), aliado às diversas plataformas da internet, como o “youtube” e as redes sociais, fomentar a criação de propagandas e anúncios, com depoimentos de mulheres, em anonimato ou não, que já foram vítimas de assédio, relatando sobre como o assédio é pernicioso com o intuito de esclarecer que esse tipo de abuso, seja verbal ou físico, deve ser evitado e corrigido. Ademais, o MinC deve, junto às escolas de ensinos Fundamental e Médio, desenvolver atividades extracurriculares com professores de história sobre o machismo na formação da sociedade brasileira e, outrossim, palestras auxiliadas por psicólogos com relação à violação do bem-estar físico e mental das mulheres quando se trata de assédio sexual, a fim de quebrar ideologias e tornar os jovens mais igualitários.