Caracterizado como qualquer ato sexual realizado sem consentimento de uma das partes, o assédio sexual não é um problema apenas brasileiro e é alimentado e muitas vezes encorajado por uma sociedade preconceituosa, por meio de uma cultura que gera sentimentos de posse no homem e de culpa na mulher assediada. O assédio sexual não é recente, mas o reconhecimento e a luta contra ele, sim. Isso explica a visão da sociedade e o posicionamento da lei, que não são ideais e geram problemas, como ineficiência das leis, preconceito e impunidade do agressor, refletidos em casos comuns e semelhantes ao de Diego Ferreira de Novais, que foi preso em flagrante por ter ejaculado em uma mulher no transporte público, mas foi solto por um juiz que decidiu que não houve constrangimento. O avanço no panorama dos direitos femininos, no entanto, exige uma adaptação social e legislativa que ampare e proteja moralmente as mulheres em situações de abusos ou assédios. A conquista do espaço para discutir tal assunto é um progresso, mas não é o suficiente. Deste modo, é necessário que se faça possível o combate ao assédio de todas as formas e das visões errôneas da sociedade. Logo, deve-se buscar, primeiramente, maneiras para acolher e amparar a mulher assediada, de forma com que ela seja encorajada a denunciar e processar o agressor. O Ministério da Justiça e Segurança Pública deve, portanto, investir na qualificação dos policiais e delegados que recebem as denúncias, diminuindo a burocracia e garantindo desse modo a eficácia da lei. Ademais, a realização de campanhas contra o assédio sexual e promovendo a orientação das pessoas para que se reconheçam como vítimas e não como culpadas da agressão.