Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 21/10/2017

Nos princípios do século XX, surgiu a 1ª onda feminista, um movimento que desencadeou muitos outros por variadas partes do planeta e foi responsável pelas conquistas dos direitos das mulheres na modernidade. Infelizmente a luta feminista ainda persiste por diversos motivos, sendo um deles o fato de serem vítimas de assédios nos ambientes de trabalho, na escola ou mesmo em casa, especialmente no Brasil. É necessário, portanto, avaliar tal conjuntura para pensarmos em soluções viáveis e acabar com o problema. Como dizia a filósofa francesa Simone Weil, o direito de um é também a obrigação de alguém mais. Logo, os direitos da mulher podem estar consignados na Carta Magna brasileira, mas se aqueles que são responsáveis por garantir esse direito não cumprirem, de forma conjunta, o seu papel de proteger as mulheres dos atos de assédio, elas continuarão sendo vítimas de tais atos. No entanto, ainda é complicado lidar com tal problema de forma direta, pois o Brasil possui traços patriarcalistas na formação do seu corpo social. Diante dessa cultura machista enraizada se faz necessário aplicar o conceito de "revolução passiva" do filósofo marxista Antonio Gramsci, ou seja, problemas que não possuam uma alternativa de combate frontal, por meio da lei e do ordenamento jurídico, devem ser resolvidos por meio da cultura. Com efeito, avaliando a atual conjuntura brasileira, percebe-se que a educação, pelo fato de se encontrar defasada e em posições desfavoráveis no ranking mundial do PISA, deve ser a primeira frente de batalha na aplicação da revolução gramsciana em prol da melhoria das instituições de ensino e dos indivíduos que dela participam como aprendizes. Urge, portanto, que a sociedade civil mais esclarecida, exija do Estado penalidades mais rígidas para os casos de assédio e criação de mais unidades, com psicólogos e psiquiatras, que ofereçam apoio emocional a essas vítimas. Além disso, mais importante é que os educadores, a mídia (televisão, rádio, jornais) e ONGs apliquem os princípios gramscianos para fazer engenharia cultural, promovendo a mudança de mentalidade desde o berço por meio das novelas, peças de teatro, filmes, músicas, palestras nas escolas e universidades, integrando esse tema no currículo diário dos estudantes com o objetivo de acabar com o costume social machista associado à normalização do assédio.