Sob a perspectiva de Weber, sociólogo alemão, processos e fenômenos sociais são dinâmicos, e necessitam análise para que deles sejam extraídas suas interpretações. Nessa lógica, torna-se imprescindível o debate acerca do assédio sexual no Brasil. Relevante problemática, que levanta as seguintes questões: O que faz de tal temática expressiva? Qual o posicionamento das vítimas diante disso? Dados da campanha “Chega de Fiu Fiu”, promovida pelo site ThinkOlga, demonstram que 85% das mulheres já tiveram seu corpo tocado - sem permissão – publicamente. Dessa forma, é revelada, então, a gravidade do assédio, que enraizado na ação deliberada de indivíduos, transforma a mulher em alvo de abuso sexual. Se não bastasse, além de sofrer forte opressão – rotineira – a mulher se cala diante dos fatos. Muitas são as denúncias contra violações sexuais, mas é incontrovertível que estas são poucas diante da – hodierna e bárbara – realidade. Dentre os fatores que reprimem a denúncia está a falta de apoio à vítima. Em agosto de 2017, após o caso da mulher que teve seu pescoço ejaculado em um transporte público, o Juiz José Eugênio liberou o agressor alegando que não houve constrangimento. Torna-se evidente, então, que a falta de apoio judicial, juntamente com a banalização do ocorrido, cala a vítima. Diante dos fatores expostos, fica evidente a relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil. Primeiramente, deve ao Ministério da Educação, junto ao corpo midiático, a divulgação de campanhas, em escolas e meios de comunicação, com intuito de explicitar a problemática e fomentar sua discussão. Paralelamente, deve ao Ministério da Saúde, em parceria com a Delegacia da Mulher, a criação de ouvidorias e grupos de apoio, que por meio de conversa com profissionais da área de saúde, apoiem a mulher e estimulem a denúncia. Com tais medidas, a sociedade caminhará para a erradicação do assédio sexual e a tomada de consciência acerca da frase, divulgada na campanha revista “Bolsa de mulher”: Mulher, a culpa não é sua.