Quando as mulheres usam transportes públicos, vão para o trabalho, escola, faculdade, baladas e até mesmo em casa ou ao andar na rua, correm o risco de sofrer assédio sexual. Logo, percebe-se que em qualquer lugar que estejam podem ser assediadas. Isso é justo? A resposta é: não. Contudo, quando esse assunto surge em qualquer ambiente ou é ignorado, como se não fosse sério, relevante, ou culpa-se a vítima. Ambas situações não podem mais ocorrer, portanto, é preciso dar a real importância, é necessário falar sobre isso, tornar público, bem como é imperativo encorajar as mulheres e os que presenciam tal cenário, para denunciar e colaborar para a diminuição desse ultraje. Desde a antiguidade, filósofos gregos como Sócrates e Platão, defendiam uma boa conversa, debate a fim de encontrar uma solução efetiva, um conhecimento verdadeiro. Ainda hoje, isso é válido e essencial. Nesse sentido, expor os casos de assédio sexual, ouvir a vítima e o agressor permitirá tornar o debate comum, fará com que as pessoas realmente pensem sobre o assunto, formulem um senso crítico e busquem ouvir especialistas, os quais explicarão como o assédio sexual prejudica a vítima e que é crime ferir a dignidade sexual de qualquer pessoa. Por conta de ainda não ser dada a devida atenção para isso, muitas mulheres ou até mesmo indivíduos que testemunham esses casos não denunciam, não buscam ajuda. Dessa maneira, quanto mais elas perceberem que serão ouvidas, quando descobrirem que há como denunciar e que há um artigo no Código Penal que tipifica como crime o constrangimento ofensivo ao pudor, mais elas irão buscar amparo. É imprescindível que elas saibam disso, essa informação tem que chegar até elas e tornar o assunto público, amplamente discutível em escolas, locais de trabalho e programas televisivos é o melhor caminho. A partir do que foi exposto, nota-se que debater essa problemática é a chave para compreendê-la e encorajar as vítimas. Então, a mídia pode exibir, em programas de elevada audiência, ocasiões reais de assédio, depoimentos de vítimas e o posicionamento de especialistas no assunto, de modo a impulsionar a discussão nos telespectadores. Além disso, pode encorajar a denúncia, por meio de propagandas. Outrossim, as escolas devem tratar desse assunto. Podem incluí-lo nas aulas de Moral Ética das disciplinas de filosofia e sociologia e incentivar o senso crítico dos alunos na discussão desse tema, assim como corrigir, de imediato, os casos que houver nesse ambiente, com o intuito de servir de exemplo e ensinar.