À questão da relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil nunca foi dada a devida importância: os casos de assédio contra mulheres em transportes públicos no Rio de Janeiro demonstram isso. O problema em evidência resulta de um processo histórico de valores herdados do patriarcalismo e da consolidação da cultura machista na sociedade brasileira que serão analisados adiante. Os punhos de ferro do pai que não era só pai, mas senhor de engenho, coronel e chefe de família exercia total domínio sobre a vida de todos. Os filhos eram mandados para estudar na Europa enquanto as filhas eram criadas em casa para se casarem mais tarde. Os valores da sociedade patriarcal do século XVIII predominam hoje através de atos que inferiorizam as mulheres, sendo o assédio sexual um deles. Os abusos sofridos por mulheres em transporte público –que corresponde a 35%dos casos –mostra a total falta de respeito e moralidade em relação às mulheres. De outra parte, as consequências dessa via histórica assegura a promoção da cultura do machismo na sociedade, que projeta uma falsa visão de naturalidade na maneira como a mulher é vista –como um objeto de satisfação sexual -. Assim, há o descaso ao debate acerca do assédio sexual entre a população, o que, além de impedir que casos de abusos sejam punidos adequadamente, promove a banalização desse tipo de violência. Fica evidente, portanto, que a relevância quanto ao debate sobre o assédio sexual é necessário para o rompimento de certos paradigmas. O governo federal deve promover campanhas publicitárias que abordem esse tema e o emprego de seu combate através do uso das mídias e da internet a fim de introduzir o debate ao tema entre os cidadãos. Também é preciso que haja a criação de leis que penalizem assédios de forma rígida tais como a da lei Maria da penha e que se especifique o crime como ato violento e inafiançável em prol do bem estar físico e moral da mulher.