Título da redação:

A cultura de assédio no Brasil

Tema de redação: A relevância do debate acerca do assédio sexual no Brasil

Redação enviada em 09/05/2018

Analisando a sociedade é notório o enraizamento da cultura de assédio no Brasil. Dentre os casos relatados, o alto índice de ocorrência envolve mulheres, que segundo uma pesquisa levantada pelo Datafolha, 42% da população feminina afirmam ter sofrido assédio sexual. Este estorvo perdura desde os tempos antigos que a mulher tinha pouca expressão, era vista como um reflexo do homem e tida como objeto a serviços do seu amo e senhor, colaborando, assim, para a atualidade machista e suscetível ao estupro. Em pleno século XXI alguns homens se autodenominam como seres superiores, intocáveis pela legislação e livres para realizar seus desejos sórdidos. Pouco se difere dos tempos antigos, a hereditariedade cultural segue o seu percurso, entretanto, a população feminina não é vista como a mesma dos séculos passados. Atualmente a luta pela igualdade de gêneros vem sendo travada contra o machismo que cultiva a idealização de que mulher é um objeto para consumo de quem se atrever a tocar primeiro. Uma mulher que está em local público não significa que seu corpo seja público, porém, piadas e palavras desgostosas são lançadas para a vítima. Como dizia Arthur Schopenhauer, “todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como o limite do mundo”, acreditando assim que sua ação causa excitação ou possíveis chances de vínculos afetivos quando na verdade se trata de uma moléstia. Indubitavelmente este padrão cultural chega ao extremo no momento que o homem acredita devotamente que pode tocar quando cobiçar, onde desejar e da maneira que melhor agradar, sucumbindo assim ao estupro. O ato sexual é recorrente e tratado de forma leviana, pois, para as autoridades, durante o questionamento à vítima sobre o ocorrido, é incluso a questão sobre o tipo de roupa que a mulher estava usando no momento do ataque. Sendo assim uma característica forte do preconceito que parte dos órgãos policiais responsáveis por defender os direitos humanos e a ação de tornar real a igualdade perante a lei. Diante da citação de Martin Luther King, “a injustiça em um lugar qualquer é uma ameaça à justiça em todo lugar”, neste caso, se torna perceptível que o preconceito a vestimentas acaba por ser o pilar do julgamento errôneo e precoce aos casos de assédios, sendo o início da injustiça, contribuindo também com danos morais, visto que, o julgamento é feito pela suas vestes. Em suma, cabe ao Ministério da Educação criar palestras de conscientização nas escolas, visando aumentar o número de pessoas informadas sobre a situação infame da sociedade, a fim de proporcionar um futuro diferente para as filhas desta futura geração. Inclusive, sendo de extrema importância que o sistema legislativo se posicione a favor do Art. 216-A do código penal e os Arts.213 e 215, contribuindo com o aumento da pena e a cumprimento da mesma. Desta maneira, os casos de assédio reduzirá consideravelmente.