O assédio sexual se torna um assunto extremamente temido e disseminado na população brasileira. Com os inúmeros casos registrando situações abusivas nas quais as mulheres são submetidas, a sociedade se horroriza gradativamente. Sob essa óptica, é possível destacar algumas vertentes que ilustram esse contexto, como a conformidade perante o assédio, a perpetuação da cultura machista e a desigualdade entre gêneros. É indubitável afirmar que, desde os primórdios da história humana, há a solidificação da estratificação social relacionada ao sexo dos indivíduos. As mulheres da antiguidade não auferiam de permissão para realizar qualquer ofício, tendo como única atividade disponível, a manutenção do lar e cuidado aos seus filhos e, além disso, deveriam obedecer aos seus maridos, em um estado de completa submissão. Outro exemplo dessa hierarquia é a definição de “cidadão” em Esparta, na Grécia, em que somente homens poderiam votar e participar politicamente, uma vez que mulheres e estrangeiros eram isentos de quaisquer direitos. Nesse contexto, pode-se averiguar também a disseminação da cultura machista no cotidiano. Exemplo disso são as abordagens abusivas nas ruas, por intermédio de aproximações verbais ou físicas que amedrontam mulheres e até mesmo humilhações em ambientes profissionais, nas quais as vítimas, muitas vezes, desistem de exercer seu trabalho, devido ao terror perante o assédio que sofrem. Logo, se estabelece um ideal machista na sociedade, em que o sexo feminino deve se submeter e temer ao homem. Desse modo, é importante ressaltar a conformidade com a qual a sociedade encara tal problemática. Afinal, a defloração sexual se tornou extremamente recorrente, ao ponto de diversos indivíduos tomarem-na como algo comum e, por conseguinte, assumirem que vítimas devem se ajustar à adversidade na qual se encontram. Portanto, torna-se primordial a dilapidação desse ideal, para que, nesse sentido, haja a arquitetura de soluções pautadas no empoderamento feminino e repreensão de atitudes abusivas diante da mulher. Tendo tudo isso em mente, é indispensável que a sociedade se una para solucionar esse contratempo, pois, conforme Martin Luther King afirma, “A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça a justiça em todo lugar.”. Assim, apresenta-se vital a necessidade da intervenção governamental, mediante o reforço das leis contra o assédio sexual, em conjunto com a aplicação de punições rigorosas para transgressões contra elas. Não obstante, deve se instalar a conscientização da população, por intermédio da ministração de aulas e palestras expositivas, que visem a educação dos cidadãos acerca desse problema. Além disso, é primordial que a comunidade se imponha em prol do sexo feminino, para que se estabeleça uma cidadania pautada na igualdade de gêneros e no asseguramento dos direitos de todos os indivíduos e, consequentemente, ocorra a instalação de uma convivência harmoniosa e igualitária.