Com o fito de fomentar o cumprimento dos direitos constitucionais às crianças, criou-se o ECA- Estatuto da criança e do adolescente. No entanto, quando se observa, ainda, crianças nas esquinas, vendendo doces ou equilibrando objetos, nos grandes centros urbanos, no intuito de arrecadarem alguns centavos, verifica-se que os direitos constitucionais para com as crianças estão sendo negligenciados, valendo dissertar sobre as principais causas e consequências de uma infância inadequada para as crianças, no Brasil. Em primeira instância, vale ressaltar que a família, principal instituição na formação da criança, paralelamente à escola, orgão fundamental para educação e compreensão social, são estruturas indispensáveis para a síntese de um cidadão ético e preparado para a vida adulta. Entretanto, como elucidado pelo sociólogo Durkheim, o ser é reflexo do meio que habita, sendo moldado por características generalizadas, coercivas e de exterioridade - intituladas como fato social. Desse modo, tendo como molde uma família desestruturada, a vivência em lugares lúgubres e incompatíveis com as leis brasileiras, e o não comparecimento às aulas, devido a falta de acompanhamento dos pais, o menor tem sua infância deturpada e tende a se marginalizar, mantendo padrões errôneos do meio em que vive. Ademais, de acordo com o filósofo grego Aristóteles, o governo deve proporcionar, por meio de políticas justas, o equilíbrio no tecido social. Isto posto, nota-se que a Constituição de 1988, a criação do ECA e o efetivo trabalho da junta do Juizado da Infância e Juventude formaliza a preocupação do Governo para com a problemática relacionada a boa formação do cidadão. Todavia, a demanda de casos é colossal, tendo somente na cidade do Rio de Janeiro cerca de 2 milhões de moradores em periferias, lugares com maior ocorrência de abandono dos estudos e envolvimento direto das crianças na vida criminosa, segundo dados do IBGE de 2016. Dessa forma, fica nítida a premência do envolvimento social para colaborar com políticas que visem mirrar os entraves para a boa formação das crianças brasileiras. Urge, portanto, que a sociedade apoie o governo no combate aos impasses que impedem o desenvolvimento adequado da infância no Brasil. Destarte, o Ministério da Justiça, responsável por zelar o cumprimento dos direitos constitucionais, com apoio das ONG's e do Ministério da Educação, deve proporcionar palestras nas periferias, ministradas para os pais, na intenção de apoiar a educação dos filhos de forma psicológica e, se necessário, com gêneros alimentícios, por meio de palestras, nas ONG'S, por psicólogos disponibilizados pela prefeitura local e doações das populações vizinhas, resgatando valores familiares e influenciando o gozo, em sua totalidade, dos direitos constitucionais para as crianças, Só assim, com apoio da sociedade, o governo será capaz de oferecer, junto às famílias, uma infância adequada aos pequeninos, tirando-os das ruas e oferecendo-lhes a educação.