É inegável que uma infância saudável possui grande relevância para o indivíduo e à sociedade. Conquanto, quando se observa a realidade vivida pela população brasileira, nota-se que há fatores que impedem a aquisição de tal benefício, tais como a influência do ambiente no qual a criança está inserida ou a precariedade da educação oferecida à mesma. Nesse sentido, convém analisar as causas e consequências dessa problemática para a sociedade. Em primeira análise, cabe pontuar que a falta de estrutura familiar somado a fatores socioeconômicos são alguns dos principais motivos que colaboram para uma infância não saudável, visto que, segundo Jean Piaget, “o meio interfere de forma significativa para a construção cognitiva da criança, uma vez que é o período de maior exploração”. Sendo assim, percebe-se que há a necessidade de buscar meios para atenuar as disparidades existentes na sociedade que prejudicam o bem-estar dos pequenos. Desse modo, cabe ao Estado agir de forma efetiva em benefício dessa importante parcela da população, por meio de políticas públicas que permitam seu pleno desenvolvimento pessoal. Ademais, convém frisar que, em virtude da falta de infraestrutura e de notórias falhas nas práticas pedagógicas, o ensino público tornou-se um obstáculo que impede a conquista de uma infância saudável aos brasileiros. James J. Heckman, Prêmio Nobel de Economia no ano 2000, acredita que é na primeira infância que ocorre a construção rápida do caráter cognitivo e de habilidades necessárias para o sucesso na escola, saúde, carreira e vida. Com isso, é possível observar que, para melhorar a qualidade de vida das futuras gerações, é necessário investir no ensino básico, principalmente nos primeiros anos escolares. Dessa forma, percebe-se que o Ministério da Educação deve se mobilizar a fim de promover tais melhorias. Destarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse impasse. É imprescindível que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério da Educação, crie projetos nas escolas que visem reduzir as consequências causadas pela desigualdade social e pela ineficiência do sistema educacional vigente, com o objetivo de promover atividades, fora do horário escolar, que permitam amplo acesso ao lazer, reforços pedagógicos e alimentação de qualidade, por intermédio de parcerias com empresas privadas para adquirir os recursos necessários à sua implementação e manutenção, com o propósito de que o tecido social, enfim, note a grande relevância de uma infância saudável para o bem-estar da nação.