"O homem é um ser inteiramente desprovido de virtudes ". Concernente ao escritor Machado de Assis, a equidade possui uma distância intrínseca da característica humana. Desse modo, é possível observar essa afirmação ao analisar tamanha marginalização e forte isolamento social existentes na realidade dos cidadãos brasileiros, que possuem como principais impulsionadores a rudimentarização educacional infantil. Portanto, fica nítido que uma infância saudável age diretamente no alcance de virtudes. É indubitável que a marginalização dos indivíduos seja um dos maiores entraves da contemporaneidade. Todavia, muitas crianças são criadas em cognições familiares precárias- fator que impulsiona na hostilidade- causando, muitas vezes, a criação de futuros malfeitores que influenciarão no aumento da violência. Nesse contexto, no filme -baseado em fatos reais- última para 174, o personagem principal, encontra-se em um âmbito familiar extremamente rústico e após viver toda sua infância em um ambiente desprimoroso, acaba se envolvendo em um dos maiores sequestros ocorridos no Brasil. Nesse sentido, fica evidente que uma infância propícia atua como desmistificador da marginalização dos indivíduos. Outrossim, destaca-se o isolamento social inserido no cotidiano de muitas pessoas devido a debilitada infância delas. Consoante o filósofo Platão, " o importante não é viver, mas viver bem". Entretanto, é perceptível que essa afirmação não obteve a reflexão necessária, haja vista que o número de cidadãos isolados socialmente eleva-se a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). É indiscutível afirmar que uma desestruturação familiar no decorrer da infância impulsiona nessa questão, onde crianças se isolam da sociedade e acabam desenvolvendo diversos transtornos mentais. Em face do exposto, essa situação enfatiza a alegação do sociólogo, Thomas Hobbes, que afirma o homem como destruidor de suas próprias virtudes. Destarte, é notório que um infância saudável na formação do cidadão brasileiro é algo imprescindível. Dessa maneira, o Ministério da Educação e Cultura (MEC) deve providenciar a implantação de uma nova disciplina na grade curricular das instituições de ensino, que visem abordar questões psicológicas e a união entre família e escola. Além disso, a contratação de profissionais de saúde mental deve ser efetuada afim de ministrar esse projeto, visando sempre colocar em evidência a relevância de uma infância saudável na formação de um cidadão.