A Declaração dos Direitos das Crianças foi proclamada pela Assembleia Geral em 1386, e afirma que toda criança deve ter uma infância saudável para se desenvolver plenamente em um ambiente de amor e zelo, caso não ocorra em casa, o estado deverá recorrer para mudar essa realidade. Entretanto, essa proposta fica apenas no papel, afinal, tornou-se um problema intrinsicamente ligado a realidade brasileira, seja pela instabilidade no âmbito familiar, seja pela falta de medidas políticas. Primeiramente, vale destacar a importância da primeira infância na formação de um cidadão bem desenvolvido. Conforme Henri Wallon, filósofo francês, a aprendizagem não depende apenas de ensino, ela necessita, também, de afeto. Nesse contexto, a família é o agente principal que deve estimular a autonomia infantil desde cedo, através de diálogo e carinho, isso refletirá no pleno desenvolvimento cognitivo formando adultos com mais qualidade de vida. Contudo, sabe-se que o lar de várias crianças brasileiras não possui essa estrutura, primordialmente as famílias carentes, já que as oportunidades serão diferentes desde a gestação, podendo influenciar na construção de vínculos entre a família e impactar no sucesso profissional ou escolar do cidadão, segundo pesquisadores do Núcleo Ciência pela Infância. Ademais, ressalta-se o desafio ao acesso à educação infantil brasileira como impulsionador da problemática. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, mostrou que apenas 30% da população de 0 a 3 anos era matriculada e de 5 a 6 anos, 90%, dados longe do esperado para a universalização da pré-escola até 2020, meta do Plano Nacional de Educação. Tal fato está interligado a falta de políticas públicas que possibilitem a igualdade social, para proporcionar o ingresso das crianças em ambientes favoráveis ao progresso. Desse modo, fica claro a necessidade de resolver tais empecilhos para o aprimoramento dos mecanismos de ascensão da cidadania. É indubitável, portanto, basear-se para a resolução de um dos problemas expostos na máxima do pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, Governo Federal deve retirar parte dos lucros dos jogos na Caixa Econômica Federal para investir no melhoramento das escolas já existentes, como também, criar novas instituições de ensino em regiões periféricas para que o deslocamento não se torne um empecilho a frequência escolar, promovendo a igualdade de acesso à educação a todos. Outrossim, o Ministério da Educação deve promover palestras nessas novas escolas ministradas por psicólogos e professores, destinadas aos pais, ajudando a compreender as causas e efeitos de suas ações, afinal, crianças aprendem principalmente por exemplo, assim irão prevenir certas condutas. Dessa maneira, a infância saudável será garantida a todos para que se formem cidadãos que impulsionarão o Brasil a prosperidade.