Casimiro de Abreu em seu poema “Meus oito anos” relembra de sua infância como a uma fase de sua vida cheia de momentos inesquecíveis que o marcaram, positivamente. Sob esse viés, entende-se a importância que esse estágio da vida tem na formação do cidadão, uma vez que levará as marcas desse estágio para sempre. No entanto, no Brasil, a valorização e o exercício da infância, sobretudo, saudável não é praticado, o que é inadmissível frente aos problemas oriundos dessa omissão que é sustentada pela inobservância do Estado e da Família à questão. A priori, a falta de ação efetiva do governo para que as crianças tenham uma infância digna, principalmente, na má gestão de seus setores de recuperação social, originam uma dificuldade social seria: a marginalização. Evidencia-se tal afirmação, pela obra “Capitães de Areia” de Jorge Amado, que, por meio da carta do padre José Pedro, destaca os maus tratos sofridos pelas crianças nos reformatórios geridos pelo Estado como um fator justificativo para as práticas que elas cometem durante a obra. Atualmente, este cenário, ainda persistente, acarreta o descumprimento do Artigo segundo da Lei N° 13.431, de 4 de abril de 2017. Em segundo plano, a família exerce papel importante na formação do caráter do indivíduo. Porém, quando isso não ocorre sob a visão do respeito às diferenças, a intolerância se ascende. De fato, tal afirmação relaciona-se com a frase de Martinho Lutero: “A família é a fonte da prosperidade e da desgraça dos povos”. Constata-se esta frase pelos casos de maus tratos sofridos no âmbito familiar que são repetidos pelas crianças, seja de forma física ou verbal, nas escolas. Gerando, dessa forma, casos de bullying e racismo, atrapalhando, assim, o seu desenvolvimento e o de outras crianças, uma vez que esses casos podem deixa-las introspectivas e, propensas a desenvolverem quadros de depressão. Para que as crianças tenham uma infância saudável, portanto, cabe a Secretaria de Segurança Pública juntamente com o Governador de cada Estado, disponibilizar melhores condições recuperação das crianças em reformatórios, por meio da disponibilização de recursos para melhorias na área estrutural das casas de recuperação, e psicológica – tanto para os reclusos quanto para os agentes - por meio de acompanhamentos com psicólogos para que estes possam conviver de maneira um pouco mais harmoniosa. Cabe também ao Ministério da Educação concomitantemente com a mídia, alertar a população sobre os riscos e as origens de práticas tendenciosas à intolerância. Somente assim, obter-se-á uma infância saudável.