Semáforos, marquises e viadutos, dotados de seus respectivos “moradores”, evidenciam a dificuldade do estado brasileiro em prover dignidade à população mais carente. Tal realidade, aplicada às crianças e adolescentes, explicita falhas relevantes na formação do cidadão quando esses são impedidos de acessar direitos básicos para uma infância saudável. Dentre os diversos fatores inerentes ao desenvolvimento infantil, destacam-se a família e a educação, que integradas, são capazes de promover mudanças sociais efetivas. Primeiramente, podemos entender a família como a pedra fundamental da formação social na primeira infância. Anthony Giddens, sociólogo inglês, destaca a importância dos familiares como catalizadores das primeiras perspectivas de mundo na criança, no que ele chama de socialização primária. Nessa fase, os limites sociais básicos, instituídos em escala reduzida, são necessários para que o progresso na formação do cidadão se dê com qualidade. De forma complementar, a socialização secundária, na figura da educação formal, dá continuidade ao processo e molda o jovem através da integração. Ainda segundo Giddens, é no cruzamento de perspectivas primárias, através de ambiente escolar sadio, que reside a formação da identidade própria e a identificação dos direitos e deveres sociais. Sendo assim, a educação tem responsabilidade capital na qualidade de vida dos jovens. Fica evidente portanto, que dada as limitações do Estado, faz-se necessário priorizar requisitos básicos à saúde infantil que viabilizem a síntese do cidadão brasileiro. Nesse sentido, cabe às Prefeituras, através dos agentes comunitários, catalogar áreas carentes e estabelecer centros itinerantes de assistência social, a fim de atender e conscientizar a comunidade, por meio de consultas e palestras sobre a atuação da família e da escola na promoção da saúde infantil e da cidadania. Espera-se com isso, gradualmente, formar o futuro do povo brasileiro munido de senso crítico e consciência social.