De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito social fundamental de qualquer brasileiro. Apesar do Sistema Único de Saúde (SUS), que oferece atendimento gratuito, o descaso diante das condições da saúde pública é evidente, de modo especial no que diz respeito ao direcionamento dos investimentos do governo. Sabe-se que, além da falta de profissionais qualificados, os hospitais brasileiros sofrem com a falta de recursos que proporcionem um melhor atendimento. Muitos procedimentos clínicos e tratamentos fundamentais a vida de milhões de brasileiros que não possuem condições para um atendimento particular não são realizados devido à deficiência no investimento do dinheiro público. O Brasil figura como um dos países que menos investe em saúde, gastando apenas RS 3,89 por dia para cada cidadão, de acordo com pesquisa realizada pela ONG Contas Abertas. Nas áreas mais afastadas a situação é ainda pior, de modo especial em comunidades carentes e pequenos municípios. Além de enfrentar longas filas e um sistema de agendamento ineficiente, os pacientes sofrem com a ausência de medicamentos e leitos. Campanhas de vacinação e ações de prevenção de vigilância sanitária também ficam a cargo do SUS, o que deixa claro a importância do sistema e a necessidade de melhorá-lo. Além disso, a verba disponibilizada é muitas vezes utilizada incorretamente ou repassada para outras áreas, sinal claro da corrupção existente no poder público. Por isso, medidas imediatas são necessárias para a resolução do problema. Logo, cabe aos governantes estabelecer projetos sociais que abarquem de modo especial a saúde pública, como a realização de reformas hospitalares e de mutirões e a modernização dos equipamentos médicos, assim como a eficaz distribuição de medicamentos. É preciso remanejar verbas e gerir melhor os recursos já existentes. Assim, o projeto constitucional de saúde universal e de qualidade será uma realidade muito mais próxima.