O filme americano “Últimos dias de Laura Palmer” aborda a decadência de Laura, de 17 anos. O longa-metragem expõe como uma infância e adolescência abusiva e violenta, por parte dos pais da jovem, o que desencadeia em uma série de distúrbios psicológicos, como depressão e ansiedade, maquiados pela menina, por meio de drogas e prostituição. No entanto, esse cenário estadunidense se encaixa perfeitamente na conjuntura brasileira atual, diante do fato que muitas crianças não desfrutam de uma infância saudável, e por consequência não são capazes de participar efetivamente na sociedade. É importante ressaltar que o ECA- Estatuto da Criança e do Adolescente- garante uma infância e juventude positiva e salutavel a todos os brasileiros, como aspecto principal para a formação de indivíduos justos, uma vez que segundo o economista James Heckman, é pela educação infantil que se estimula as habilidades cognitivas, a atenção, o autocontrole e a sociabilidade. Dessa maneira, uma infância e adolescência favorável afetará positivamente para futuras reduções de déficit e fortalecerá a economia, uma vez que a sociedade apresentará indivíduos mais capazes. Porém, diariamente o ECA é negligenciado pela população brasileira, posto que, segundo o Governo Federal, a porcentagem de evasão escolar chega à 11% no país. Dessa forma, a base educacional e a formação de cidadãos justos se torna cada vez mais precária, dado que depois da família, o ambiente escolar é a primeira instituição social que o indivíduo aprende o que é a sociedade e como lidar com diferentes realidades. Machado de Assis acreditava que uma nação se desenvolveria a partir da educação. Portanto, medidas são necessárias para combater a problemática. Nessa perspectiva, é preciso que o Estado, por meio do Ministério da Educação, em conjunto com veículos midiáticos e organizações de ensino, promovam companhas para estimular a infância saudável e evidenciar essa necessidade para a construção de cidadãos justos, a partir de palestras e debates. Destarte, a crença machadiana se cumprira e casos como o de Laura Palmer não se repetirão.