A infância é um período compreendido entre o nascimento e a adolescência, é uma etapa da vida de suma importância para a formação do indivíduo, pois nessa fase há intenso desenvolvimento e concepção de potencialidades. Nesse viés, para a efetividade da cidadania, é imprescindível a implementação de estratégias que garantam uma infância saudável para os brasileiros. O Brasil dispõe de aparato legal para proteção da criança, tais como o ECA - Estatuto da Criança de e Adolescente de 1990 e a Constituição Federal de 1988. Entretanto, é perceptível o estado de vulnerabilidade das crianças no país, como no semiárido, onde 70% das crianças e adolescentes vivem em situação de pobreza. Além disso, a violência e o abuso doméstico são comuns no país, a exemplo de pesquisa realizada em 2016 pela Organização Visão Mundial que avaliou a percepção mundial em relação a violência infantil e o Brasil ficou como líder no ranking da América Latina. Esses dados são alarmantes, pois os abusos sofridos na infância possivelmente terão impacto na vida adulta. Além do exposto, é importante frisar que grande parte dos casos de agressão contra as crianças ocorrem no ambiente doméstico. Dessa forma, os familiares são os maiores responsáveis pelos traumas adquiridos na puerícia. Ainda, segundo Conselhos Tutelares, ser criança não significa viver a infância na sua plenitude, já que para isso é necessário um ambiente que permita os seus direitos fundamentais de educação, saúde, bem-estar, brincar, ouvir e ser ouvida. Diante desses aspectos, os pais e o estado precisam propiciar um ambiente adequado para a garantia desses direitos. Portanto, para promover uma infância saudável, o Ministério da Saúde em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF devem criar estratégias de acompanhamento eficaz do desenvolvimento infantil, por meio de ações que envolvam profissionais de saúde em visitas domiciliares com a identificação de casos de vulnerabilidade e a triagem adequada dos mesmos. Ademais, o Governo Federal e Ministério da Educação e Cultura precisam investir na construção de creches e na qualificação dos pedagogos para saberem lidar com casos de abuso infantil e orientação à família, além de acionar os Conselhos Tutelares, caso seja necessário. Também, é importante a conscientização de toda a sociedade brasileira, através das mídias sociais e televisivas que precisam enfocar a importância da denúncia dos casos de abuso infantil, a população deve ser responsável e sujeito ativo no cuidado com as crianças. Dessa forma, serão formados verdadeiros cidadãos e construídas melhores perspectivas de futuro para o país.