No Brasil, com uma maior consciência dos efeitos da conjuntura social na formação do indivíduo, a preocupação com a educação infantil entra em pauta. Nessa perspectiva, o desafio de conduzir o desenvolvimento moral e social da criança e do adolescente se constitui como ação conjunta, que deve mobilizar toda sociedade. Nesse contexto, cabe apresentar os aspectos que colaboram para a preservação da integridade infantil e suas nuances sociais. Em primeiro plano, deve-se ressaltar que a família possui um papel fundamental na garantia dos direitos e formação moral da criança, intermediando seu contato com a cidadania. Nesse aspecto, para obter êxito durante o desenvolvimento do indivíduo, a educação doméstica deve ser ininterrupta, utilizando-se dos parâmetros necessários para sua eficiência. Entretanto, o Brasil, segundo pesquisa da Universidade de São Paulo, lidera o ranking de violência contra crianças na América Latina, tendo efeitos expressivos nos índices de abuso sexual e psicológico. Dessa forma, é ingênuo acreditar que um país líder em casos de violência infantil possa formar, futuramente, uma sociedade ideal. Além disso, os efeitos psicológicos de uma infância nociva podem ser irreversíveis, impedindo a construção de profissionais competentes, pais afetivos e cidadãos comprometidos. Como caracteriza Paulo Freire, educador brasileiro, a educação é a principal ferramenta para que uma sociedade se desenvolva. Com efeito, casos de violência doméstica, abuso psicológico e más condições de sobrevivência podem, por sua vez, inviabilizar a educação essencial, continuando o ciclo de degradação da sociedade. Nesse sentido, não há dúvidas que esse problema é pertinente e reflete no convívio social dos indivíduos, o que demanda atitudes urgentes. É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a plena harmonia entre os direitos das crianças e seu papel no futuro. Para garantir essa solução, o Ministério da Educação, por meio de campanhas nas mídias sociais, deve promover a importância do desenvolvimento infantil, visando causar reflexão nas pessoas sobre as consequências de uma educação falha. De forma complementar, o Senado Federal deve debater as leis contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), propondo o aprimoramento da legislação vigente, tendo como pauta a proteção dos direitos individuais, e, também, aplicando com rigidez as punições referentes à violência doméstica. A partir dessas ações, espera-se que teoria defendida por Paulo Freire seja executada, definindo uma transição para um futuro melhor.