Segundo Aristóteles, filósofo grego, a música é capaz de construir a personalidade do indivíduo, relacionando-se com o desenvolvimento ético do cidadão. Entretanto, hoje, o ensinamento musical é visto como algo supérfluo nas escolas, o que afasta a máxima aristotélica do cotidiano. Com efeito, não há como negar que a música auxilia não só o cognitivo do aluno, mas também a compreensão do contexto social. Em primeiro plano, as notas musicais promovem o aprimoramento intelectual do estudante. Isso decorre pelo fato de os neurônios realizarem novas sinapses no cérebro, tendo em vista que tais conexões comunicam diferentes regiões do encéfalo. Prova disso é a matéria do jornal O Globo, que cientistas defendem a musica como influenciadora de interações entre neurônios. Nesse sentido, é contraditório que, apesar de a Carta Magna de 1988 garantir o desenvolvimento do cidadão, as escolas não aplicarem a música como ensinamento obrigatório. Além disso, a música causa no ouvinte uma reflexão sobre o momento social. De fato, uma característica das letras musicais é refletir o período que o país passa, como foi tratado na canção "Cálice" de Chico Buarque durante a Ditadura Civil-Militar. Diante disso, é evidente a capacidade das músicas de retratarem o contexto-histórico e estimularem a visão crítica das pessoas que escutam. Por conseguinte, a escola, como formadora de opinião, deve utilizar desse recurso como forma de ampliar o aprendizado. Fica claro, portanto, que a música possui papel fundamental na formação cidadã. Logo, o Ministério da Educação precisa alterar o currículo nacional comum e colocar aulas de música nas escolas, a fim de complementar o ensino do aluno em tais instituições. Assim, o MEC deve contratar os professores de música, por meio de concurso público,com salário e plano de carreira aos profissionais. Dessarte, com essas medidas, o pensamento aristotélico ficará mais próximo da realidade.