A historiografia data do século XV os primeiros indícios do uso da música como forma de impor à população indígena os costumes europeus. Embora expandido desde a urbanização e reconhecido como forma de desenvolvimento acadêmico, o ensino musical, além de ter pouco explorado o seu caráter ativista, ainda é negligenciado no que diz respeito a sua aplicação prática nas instituições. Assim, torna-se necessário analisar tais pontos. Em um primeiro momento, é válido ressaltar que a música torna-se aliada na análise de diversos contextos. Isto é, além de entreter, as canções são marcas do momento em que foram escritas e retratam a realidade com críticas sutis. Uma pesquisa feita em uma universidade de Montreal, Canadá, demonstra que o ato de produzir uma música acelera o desenolvimento de partes do cérebro associadas à capacidade de regular pensamentos. Nesse aspecto, a interpretação dessas letras desenvolve a a parte interpretativa e associativa do estudante, estimulando o senso de questionamento e dando-lhe os instrumentos necessários para escreverem acerca de suas próprias vivências. John Lennon, ex-integrante dos Beatles, era conhecido por suas composições em prol das causas que acreditava, o que legitima a potencialidade de uma análise crítica de injustiças e situações. Ademais, observa-se uma desvalorização quando o assunto é a inserção desse currículo nas escolas. Ou seja, embora esteja em vigor, nota-se que a lei, apesar de tornar obrigatória, não estrutura as condições necessárias para a construção de espaços de música ou até a compra de instrumentos, o que acaba desestimulando os estudantes . Assim, sem uma organização no direcionamento e partilha dos investimentos para que, de fato, as matérias de cunho artístico sejam beneficiadas junto as demais, há um desequilíbrio nas atenções. Dessa forma, a ausência de infraestrutura, tanto instrumental, como profissional, cria uma barreira na exploração desse ensino. Fica claro, portanto, que a educação musical, ainda que desenvolva o senso crítico e interpretativo dos jovens, é negligenciada nas instituições. Para sanar tais problemáticas, o Ministério da Educação deve criar conselhos municipais que possam controlar os investimentos do fundo da educação, orientando-os em uma partilha mais justa, objetivando a compra de instrumentos e a contratação de profissionais, para que os alunos tenham uma maior experiência nas aulas. As Ongs, por sua vez, podem auxiliar esses grupos notificando-os acerca de escolas mais isoladas, como forma de integrar todo o processo. Só assim a música, ao invés de doutrinar, irá a educar toda a comunidade.