Em 1749, o Marquês de Pombal tornou o ensino uma função estatal, e desde então as mudanças ocorridas neste setor foram demasiadamente significativas para a sociedade brasileira. E de todas as mudanças envolvendo o universo educacional, talvez a mais notória tenha ocorrido somente em 2008, ano em que o ensino de música nas escolas se tornou obrigatório. As dificuldades enfrentadas pelo sistema público de educação no Brasil são gigantes, partindo das escassas verbas para as escolas até a falta de qualificação e remuneração dos professores. Numericamente, o país investe 5% do PIB em educação, mais até do que alguns países desenvolvidos e apesar disso, ocupa o 88º lugar no ranking de educação da Unesco, e isso se dá, principalmente, graças ao desvio de verbas e a incompetência administrativa pública. O reflexo dessa imoralidade se mostra na defasagem educacional do país e na baixa qualidade do ensino básico de matérias básicas como português e matemática nas escolas. Em contrapartida, pode-se afirmar que o ensino de música não se mostra como um fator agravante a esse quadro desesperador no qual se mostra a educação brasileira, mas sim como um ponto positivo, isso se realizado de forma correta e competente. A música acompanha a historia da humanidade, têm o poder de despertar emoções e sentimentos de acordo com a capacidade de assimilação de cada um, tornando o aprendizado muito prazeroso. Desenvolvendo a criatividade e promovendo a autodisciplina, pesquisas já apontam a música como um diferencial positivo na resolução de questões matemáticas. Além disso, favorece a socialização dos estudantes, se mostrando como uma excelente forma de terapia para quadros de ansiedade e depressão, comumente gerados pelo excessivo contato com a tecnologia, especialmente durante o período escolar. Sendo assim, é fundamental encarar a melhoria educacional no Brasil como uma prioridade, incluindo nesta a educação musical obrigatória. O papel do poder público é criar programas para habilitar professores para o ensino de música na educação básica, como previsto na legislação. E além disso, é imprescindível prover a estrutura necessária para tal, como salas e instrumentos, incluindo ou não a música na grade curricular das aulas de artes. Ainda há a necessidade em estimular a interdisciplinaridade a partir da música, afim de desenvolver o aprendizado dos demais conteúdos.