Lançado em meados do século XVIII pelo físico Isaac Newton, o livro intitulado “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” formulou as leis básicas da mecânica clássica. Funcionando conforme a Lei da Inércia, a qual afirma que um objeto inerte permanecerá em repouso até que um agente externo altere esse estado, o ensino de música nas escolas brasileiras revela problemas, sendo necessárias ações manifestas para a mudança desse cenário. É oportuno lembrar que na obra literária chamada “ Ética a Nicômaco”, o filósofo grego Aristóteles desenvolve ideias acerca da política, que para ele é o principal fundamento da ordem no mundo, algo que rege as relações do homem na sociedade. De modo análogo, percebe-se que, no Brasil, o ensino de música na educação básica quebra essa harmonia, visto que a falta dessa instrução impede o pleno desenvolvimento pedagógico dos estudantes. Ademais, segundo o site Opera Mundi, o trabalho para o ensino de música não tem ocorrido de forma satisfatória no país, o que dificulta os alunos de evidenciar seus talentos e suas habilidades. Desse modo, em conformidade com a concepção filosófica exposta, é necessária a mobilização do Estado para a melhoria desse quadro nacional, visando o equilíbrio proposto por Aristóteles. Outrossim, concordando com o sociólogo Émile Durkheim, os fatos sociais são dotados de exterioridade, o que pode ser entendido como um fenômeno que atua sobre os indivíduos, mas independem das vontades individuais. Logo, seguindo essa linha de pensamento, a insuficiência do cumprimento da legislação distingue-se como um dramático problema. Desde 2008, está previsto na legislatura brasileira a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas nacionais. Entretanto, a falta de profissionais formados na área impossibilita a concretização desse direito básico. Assim, nota-se que esse fato social, na perspectiva sociológica citada, compõe uma crise moral da sociedade, já que mantém a inércia do problema educacional vigente. Sendo assim, medidas são necessárias para resolver o impasse. Dessa forma, visando a resolução do problema em pauta, o Ministério do Planejamento deve redirecionar maior parcela dos impostos arrecadados na compra de materiais escolares ao Ministério da Educação e Cultura (MEC). Com o orçamento recebido, o MEC deve financiar a Escola da Inteligência (EI), projeto do médico Augusto Cury, visando implementar a cultura musical nas instituições de ensino. Caberá também ao MEC oferecer remuneração satisfatória aos músicos, almejando aumentar o número de profissionais atuantes, que serão selecionados pelos coordenadores do projeto EI por meio de concursos elaborados por músicos experientes. Com isso, a inércia do problema será superada, e a educação musical no Brasil seguirá bem.