No livro “A República”, o filósofo grego Platão advoga que a música, uma das formas artísticas mais elevadas, é um componente fundamental da educação dos cidadãos, e os auxiliam a exercer a cidadania de modo mais efetivo. Hodiernamente, entretanto, apesar de esforços legislativos, o ensino da música nas escolas brasileiras não tem sido uma realidade efetiva, o que tem prejudicado a formação intelectual e política das crianças e adolescentes brasileiros. Inicialmente, cabe ressaltar que, segundo o filósofo francês Jean-Jaques Rousseau, a promulgação de uma lei dissociada da vontade política para sua efetiva concretização não trará os resultados esperados pelo legislador. Nesse sentido, apesar de a Lei 11.769, que promove a oferta da educação musical nas escolas, ter entrado em vigor, o ensino dessa disciplina não tem sido efetivo, haja vista o déficit de professores aptos a ministrar esse conhecimento. Diante disso, é fundamental que a formação de licenciados em música seja estimulada no Brasil. Dentro desse contexto, o estímulo ao ensino da música nas escolas pode ser um dos fatores que irá impulsionar o nível de aprendizagem em outras disciplinas. Nessa perspectiva, pesquisa divulgada pela revista científica Nature demonstrou que alunos expostos a 20 minutos de música clássica antes das aulas tinham um desempenho 22% melhor em inglês e 17% melhor em matemática. Portanto, investir em educação musical é uma ótima forma melhorar o ensino como um todo. Dessarte, cabe ao Ministério da Educação a ampliação do número de vagas nos cursos de licenciatura em educação musical, de modo a ampliar a oferta desses profissionais no mercado de trabalho. É imprescindível, ainda, que sejam promovidos debates nas escolas a respeito dos benefícios da aprendizagem desse conteúdo, para que não haja o desinteresse por parte de pais e alunos pela matéria. Assim sendo, a música será novamente vista como um componente essencial da formação cidadã brasileira.