O uso da música na educação é uma temática presente na trajetória histórica da sociedade. No período da Idade Média, foi uma disciplina obrigatória nas universidades pela sua harmonia na aprendizagem das matérias teológicas. No cenário atual, observa-se um baixo uso da musicalidade nas salas de aula, fato o qual prejudica diversos estudantes, seja por não estimular a criatividade, seja por dificultar a aprendizagem. Em uma primeira abordagem, é importante ressaltar um efeito positivo da utilização da música em sala de aula: o desenvolvimento conectivo dos alunos. Isso se dá, principalmente, em virtude das melodias impulsionarem regiões do hemisfério direito do estudante que estão relacionados com a criatividade. Para se ter uma ideia, segundo pesquisadores alemães, pessoas que interagiram com tons musicais apresentaram área do cérebro 25% maior em comparação aos indivíduos que não desenvolveram trabalho com música. Desse modo, Platão teria razão ao dizer que a música é um instrumento educacional mais eficaz do que qualquer outro modo e, seguindo essa linha de raciocínio, deve ser constantemente empregado no ambiente escolar. Em uma segunda abordagem, convém salientar a intertextualidade como outro fator motivador da utilização da música na educação. Tal fator advém, especialmente, uma vez que por meio das melodias, o professor pode trabalhar com várias disciplinas que contribui no processo de aprendizagem do estudante pela forma descontraída que esse recurso proporciona. Exemplo dessa intertextualidade esta constantemente nos enredos das escolas de samba como o da Viradouro, que trouxe ao Sambódromo uma canção sobre a evolução do universo, colocando na sua letra a teoria de fácil memorização. Dessa forma, é inquestionável a utilização dos instrumentos sonoros por parte dos educadores na expectativa de melhorar o ensino. Fica claro, em suma, que a música possui uma vasta relevância no contexto educacional, sendo necessário sua maior utilização. Dessarte, o Ministério da Educação, em parceria com as escolas da rede pública e privada, deve financiar projetos educacionais com a temática de canções pedagógicas, por meio de uma ampla divulgação midiática, que inclua propagandas televisáveis e debate entre professores e alunos, na perspectiva de aperfeiçoar o ensino de forma mais dinâmica. Além disso, cabe ao Ministério da Cultura, junto com o MEC, disponibilizar aos professores da rede pública um acervo digital de atividades que inclua as canções em suas aulas, por intermédio de reuniões administrativas entre pedagogos, com o intuito de disponibilizar um material completo para o profissional da educação operar nas escolas. Assim, sendo tomadas as medidas necessárias, as canções colaboraram no ensino de diversos brasileiros, tornando um instrumento fundamental como foi no período da Idade Média nas universidades.