Durante o século XX, o rádio foi um objeto fundamental nos lares brasileiros, sendo responsável pela difusão de notícias, exposição de novelas e, principalmente, propagação de música. No momento presente, a música permanece sendo um fator de grande relevância sociocultural, expondo realidades diversas e realizando denúncias. Entretanto, a inclusão musical no meio educativo enfrenta grandes problemas, tanto pela ausência de infraestrutura adequada das escolas quanto pela tendência nacional de desvalorizar a disciplina musical. No ano de 1808, o desembarque da Coroa Portuguesa no Brasil trouxe grande desenvolvimento para a educação e cultura da nação. De acordo com Laurentino Gomes, aclamado escritor e jornalista brasileiro, Dom João VI autorizou a construção de faculdades excelentes, forneceu grande acervos de livros raros para as bibliotecas nacionais e organizou expedições artísticas pelo país. No entanto, as escolas brasileiras atuais contrastam com as estruturas escolares do século XIX, apresentando ausência de instrumentos musicais, poucos professores licenciados e carência de salas específicas para a prática da disciplina musicista. Consequentemente, o desenvolvimento artístico-cultural dos estudantes fica comprometido, privando-os de aperfeiçoamentos multidisciplinares necessários e do aprimoramento das faculdades interpretativas internas. Desse modo, observa-se que as instituições de ensino brasileiras sofrem com a deficiência estrutural para o ensinamento musical, prejudicando o pleno progresso dos alunos. Além da ausência de infraestrutura apropriada, a visão equivocada da maioria dos cidadãos dificulta o ingresso efetivo do ensino musicista no meio escolar. Segundo Albert Einstein, célebro físico teórico contemporâneo, é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito enraizado. Acordando com o pensamento do intelectual, a persistente ignorância de enxergar a arte musical como uma simples forma de entretenimento é um esteriótipo compartilhado ao longo de todo o território nacional, cercando o meio estudantil de preconceitos e impedindo as escolas de aprimorarem a diversidade disciplinar no ambiente educandário. Diante disso, percebe-se que as ideias ultrapassadas de muitos brasileiros retardam a plena entrada da música nos locais educativos, ignorando o papel progressista da arte musical. Depreende-se, portanto, que o lento ingresso da disciplina musical nas escolas nacionais é um dilema contemporâneo, precisando-se de medidas que o solucione. Em um primeiro momento, é preciso que o Governo Federal, por meio do MEC (Ministério da Educação), distribua livros didáticos voltados para a matéria de música e forneça instrumentos musicais variados para as escolas brasileiras, estabelecendo parcerias com editoras especializadas no ensino da música e com empresas produtoras de instrumentos. Assim, as instituições de ensino contarão com materiais e salas plenamente equipadas para o ensino da disciplina musical. Ademais, é imprescindível que os governantes locais, como vereadores e prefeitos, aliem-se às ONGs culturais, realizando eventos musicais, contando com cantores engajados e palestrantes que expliquem a relevância da música na educação. Com essa medida, as pessoas apoiarão o ingresso da música no âmbito escolar. Colocando em prática as propostas sugeridas, a música contribuirá para o progresso estudantil, sendo tão importante quanto nos tempos do rádio.