Segundo Nietzsche, filósofo alemão moderno, sem a existência da música, a vida humana seria um erro. A música, por ser uma manifestação comunicativa da Arte, é capaz não só de estimular o sistema sensorial, como também de representar emoções e vivências humanas. Desse modo, as composições musicais auxiliam na compreensão de variadas adversidades e situações cotidianas, consequentemente, ajuda no apaziguamento do sofrimento humano. Desde agosto de 2008, o ensino de música tornou-se obrigatório na educação básica do território federal. Entretanto, frequentemente, a precariedade ou até mesmo a ausência do ensino artístico, o qual é desvalorizado socialmente no país, ilustram a realidade brasileira majoritária. Nesse âmbito, cabe analisar a relevância da música na educação. Primeiramente, o estímulo sensorial proporcionado pelas melodias contribui não só para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como também para aprendizagem. Nesse contexto, o ensino da disciplina incentiva a criatividade bem como a interatividade interpessoal, assim, a instituição escolar instiga a sensibilidade emocional e promove aptidões pessoais durante o crescimento do indivíduo. Logo, a música contribui para a formação harmônica do cidadão capaz não só de raciocinar e assimilar suas emoções, mas também de manter relações socioafetivas saudáveis e duradouras. Ademais, as habilidades cognitivas estimuladas pela matéria, como por exemplo análise e compreensão, podem ser aplicadas no estudo de outras áreas do conhecimento. Outrossim, a manifestação comunicativa é um instrumento de inclusão social. Por exemplo, o compositor clássico Beethoven ascendeu socialmente no meio musical apesar da sua deficiência auditiva. Analogamente, na sociedade brasileira a música pode ser utilizada para a integração tanto de portadores de necessidades especiais, quanto de grupos economicamente desfavorecidos. Além disso, por meio da disciplina artística, o indivíduo pode se interessar por outras manifestações culturais e, consequentemente, potencializar o seu raciocínio crítico. Portanto, a música possui papel fundamental na formação do senso crítico, no desenvolvimento de habilidades emocionais e na inclusão social. É preciso, pois, valorizar e estimular tal educação artística. O Ministério da Educação deve, por meio da aplicação de verbas públicas, em primeiro lugar possibilitar a formação de profissionais aptos a lecionar Música com o intuito de assegurar a qualidade e disponibilidade do ensino. Ademais, deve investir na obtenção do material necessário para o ensino prático da matéria — instrumentos musicais e partituras — com o fito de garantir a educação plena. Por fim, cabe ao governo a fiscalização anual do cumprimento da grade curricular, prevista na legislação, nas escolas a fim de aplicar sanções legais perante o descumprimento de tal. A junção das medidas propostas poderá ajudar na valorização do ensino artístico e, por conseguinte, tornar a vida mais do que um mero erro.