Ao longo dos últimos cinco anos, em meio à escândalos de corrupção, má gestão e desonestidade do magistrado brasileiro, vêm se consolidando cada vez mais o desejo de mudança. Nesse contexto o país se torna, portanto, terreno fértil para o surgimento de discussões que, de uma forma ou de outra, moldam a consciência política e caminham em direção à uma sociedade com maior governabilidade. O surgimento de uma consciência política mais sólida não é novo, tendo raízes em inúmeros processos que uniram determinados grupos em prol de um ideal, como se deu na famigerada campanha das Diretas Já, ainda no período militar. Em tempos de crise, é natural que se desenvolva um maior senso coletivo, já que o individualismo por si só é insuficiente para o desenrolar de uma mudança efetiva dos moldes estabelecidos. Nesse contexto, discussões políticas são feitas nas ruas, escolas e locais públicos, aumentando assim o interesse no assunto e dando início a uma mudança de mentalidade. No entanto, todo esse processo ainda encontra uma certa dificuldade para se desenvolver no Brasil. Unindo um ensino precário à um desencorajamento por parte dos próprios políticos, o conhecimento sobre política é restringido apenas à uma parte da população. Isso se deve principalmente ao eterno interesse de quem está no Poder se manter no Poder, como descrito com maestria por Maquiavel em sua renomada obra “O Príncipe”. Dessa forma, os debates ainda são mantidos em sua superfície, com pouco ou nenhum aprofundamento. Buscando solucionar o problema supracitado, faz-se necessário que medidas sejam tomadas. Cabe ao Ministério da Educação promover o ensino da Constituição nas escolas, a fim de tornar mais claro os direitos e deveres do cidadão, assim como sua relação com o Estado. Além disso, o uso da internet torna-se cada vez mais indispensável como ferramenta de dispersão de conhecimento e local de debates, democratizando o saber político e auxiliando na criação dessa consciência política.