As crises enfrentadas pelos brasileiros despertaram no país o que muitos chamam de consciência política - que é a participação da sociedade em assuntos políticos- levando à protestos em várias regiões. É fato que a intervenção da população em questões que afetam a sociedade é necessária, como forma de garantir que as leis e direitos sejam cumpridos, porém, mais do que um meio de busca por democracia, as acusações contra o Estado é uma forma de mostrar que a população é diferente do governo em questões morais, mas será que são mesmo? Aliado à isso, é necessário lembrar que o Homo sapiens sapiens como ser racional, tem a capacidade de criar formas de escapar das situações em que foi colocado. Quando pessoas saem às ruas em protesto contra o governo devido à crises estão buscando exigir que os políticos realizem ações que proporcionem a democracia no Estado. Contudo, é importante ressaltar que a crise atual que afetou grande massa de brasileiros é apenas uma parcela da falta de democracia que sempre ocorreu no país, visto que o guia "Cenário da Infância e Adolescência" de 2016 aponta que, das crianças até 14 anos, 44% está em situação de pobreza, e mais de 3,3 milhões de crianças e adolescentes de até 17 anos se encontram em situação de trabalho infantil, segundo dados da fundação Abrinq. Apesar de serem situações já antigas, não houve consciência política em prol dessas crianças tal qual mobilizasse o país tanto quanto as atuais manifestações. Isso ocorreu apenas quando a situação de pobreza ameaçou a população de classe média, que então se revoltou contra os líderes do Estado, fazendo corroborar teorias psiquiátricas que dizem que quando alguém se mobiliza contra uma causa, essa esta procurando esconder suas semelhanças com tal. Aliado a isso, há a questão de que os seres humanos são capazes de refletir e tomar decisões que favoreçam e retirem-o da situação em que se encontram. Logo, o termo Homo sapiens sapiens refere-se ao homem que sabe que sabe, ou seja, ele não apenas tem conhecimento mas também sabe que o tem e que pode desenvolvê-lo. Sendo assim, diferentemente dos outros animais, o homem é capaz de tomar as melhores decisões baseando-se na razão, como ser criativo frente a uma crise-ainda que o instinto humano primitivo ou a cultura em que habita o incentive a estagnar-se e reclamar das ocorrências. Se o fizesse, deixaria de criticar a política e passaria a ter inciativa de mudança, baseada na premissa do empreendedor americano Jim Rohn de que "tudo muda quando você muda". A questão do despertar da consciência política deve, portanto, receber atenção em um âmbito amplo. De início a população, por meio de incentivo de filósofos e sociólogos, deve avaliar o que está ao alcance dela fazer para melhorar períodos de crise, e o que só se pode resolver nas mãos do governo, buscando assim lutar por questões acertivas. Além disso, nas escolas devem-se ensinar os alunos a terem inteligência emocional, proporcionado por uma mudança no sistema de ensino pelo Ministério da Educação, de forma a realizarem técnicas como o "mendset" (mentalidade, traduzido para o português) que os fariam agir de forma inteligente em meio a situações problemáticas, como em uma crise, evitando com isso, que haja um desvio do que é realmente importante na democracia, que é um país que não apenas visione as camadas medianamente privilegiadas que lutam por seus dieitos, mas também as camadas mais pobres da sociedade, que comumente se encontram sem apoio para buscar igualdade.