Em 2013, o Brasil passou por uma série de revoltas motivadas pelo aumento no custo da passagem de ônibus. Essas reivindicações permitiram uma melhor visão da relação entre as crises do país e a consciência política. Todavia, tal analogia muitas vezes é falha, seja pela lenta mudança de pensamento da sociedade, seja pela falta de conhecimento acerca do regime governamental. É indubitável que a demorada mutação de raciocínio da população é um dos principais impasses que a temática enfrenta. Segundo Émile Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir, dotado de coercitividade, exterioridade e generalidade. Seguindo essa perspectiva percebe-se que a consciência política se encaixa na teoria do sociólogo uma vez que, se o indivíduo vive em um meio que não valoriza e não reflete politicamente, ele tende a desenvolver a mesma concepção. Outrossim, em consonância com a fraca mudança de pensar atua a carência de informações sobre o tema. Bertolt Brecht dizia que o pior analfabeto é o analfabeto político, pois ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Dessa forma, pode-se caracterizar uma parcela do estrato social brasileiro como analfabetos políticos, haja vista que são desprovidos de conhecimentos e muitas vezes deixam de participar de movimentos políticos, dificultando ainda mais as crises e revoltas necessárias para a busca de uma real democracia. Torna-se evidente, portanto, que o Ministério da Educação deve investir maciçamente na educação, contratando professores que dominem a área das políticas para estimular o contato entre os alunos e esse tema desde muito cedo, tendo em vista formar cidadãos aptos e preparados para o voto e para uma reflexão completa sobre a política. A mídia, por sua vez, deve inserir em sua programação, filmes, novelas e seriados, casos onde a reflexão política é realizada, visando mobilizar a sociedade sobre o quão importante é esse ato.