Em meados do século XIX, a criação da corrente positivista pelo sociólogo francês Auguste Comte inspirou a máxima da bandeira do Brasil: "Ordem e progresso". Todavia, ao observar as deficiências na relação entre crises brasileiras e a consciência política, entende-se que o presságio não saiu da bandeira. Por conseguinte, infere-se que a problemática é intrínseca à lenta mudança de mentalidade dos indivíduos e ao histórico corrupto do país. A princípio, é possível perceber a alienação da população brasileira que, em sua maioria, não possui participação ativa no cenário político. Segundo Aristóteles, a política deve ser utilizada com intuito de promover o equilíbrio por meio da justiça. Dentro dessa lógica, torna-se evidente que os brasileiros não fazem o uso adequado da política. É indubitável que isso ocorre, pois a maioria dos indivíduos não possuem educação política ou sequer possuem entendimento acerca de seus direitos, bem como de seu papel transformador. Bom exemplo desse podério transformista, foram as manifestações recorrentes ocorridas em 2015, que culminaram no impeachment da presidente Dilma. Outrossim, é válido salientar que o histórico corrupto do país corrobora com crises e descrença política. De acordo com Sérgio Buarque de Holanda, o "homem cordial" tende à buscar soluções criativas, especialmente ligadas ao Estado brasileiro, que coagem a iniciativa dos cidadãos. De maneira análoga, é possível perceber que esse comportamento é propulsor de crises econômicas, sociais e políticas. Haja vista a ética maleável da população e a quase inexistente punição de crimes corruptos no Brasil, destaca-se a incredulidade da nação acerca de possíveis melhorias no país. É válido admitir, então, que os problemas decorridos da relação entre crises brasileiras e consciência política é fruto da lenta mudança da mentalidade social, bem como do percurso corrupto do país. A fim de atenuar o problema, as instituições de ensino, junto à mídias e ONGs, devem fomentar o pensamento crítico da população por intermédio de debates, pesquisas e campanhas publicitárias. Ademais, o Governo Federal deve implementar um disque denúncia reservado para casos corruptos e estimular o uso deste através de campanhas junto às emissoras abertas de televisão. Logo, ao adotar essas medidas, talvez o presságio inspirado em Auguste Comte torne-se realidade.