A crise por que passa o Brasil não pode ser entendida por uma análise somente de fatos atuais, mas por uma sequência de acontecimentos que ocorrem desde os primórdios do descobrimento. Passando pelo período imperial, pela antiga República até o século XXI, a população vivia fora do contexto político brasileiro. No entanto, com o advento das mídias sociais a partir dos anos 2000, o brasileiro médio passou a interessar-se mais pelas questões políticas, o que desembocou nas manifestações do passe-livre em 2013 até o “impeachment” de Dilma Rousseff em agosto de 2016. Em 13 de março, nas manifestações contra o governo da então presidente Dilma, mais de 3,3 milhões de pessoas foram às ruas em pelo menos 250 cidades, segundo a Polícia Militar. Em contraste com o momento atual, era raro, até pouco o tempo, o brasileiro se preocupar com tais questões. No golpe republicano, por exemplo, a população nem sequer consentiu acerca daquilo. Também no contexto da tomada do poder pelos militares, os cinco presidentes fizeram o contrário daquilo que o povo esperava. No caso do regime militar, entretanto, a população pela primeira vez teve grande importância, mas somente no fim do regime, notadamente com as Diretas Já. Portanto, mesmo o povo, historicamente não interessando-se muito pela política, ele, mais do que nunca, é quem deve ser a voz primeira do país. Nesse sentido, as mídias sociais tendem a ser o canal dessa voz, o que melhoraria ainda mais a democracia, já que elas são espaços livres e democráticos. Dessa forma, o país seria bem mais fiscalizado e, consequentemente, melhor gerido.