Dom Pedro II, Fernando Collor de Melo e Dilma Rousseff são três famosas figuras da política brasileira. Entretanto, apesar de terem desenvolvido divergentes planos de governo, convergiram a um fim semelhante, uma vez que sua permanência no poder esteve intrinsicamente relacionada ao desenvolvimento econômico do país. Nesse ínterim, a falta de apoio político durante esses governos adveio das crises políticas e econômicas que os caracterizaram, dando lugar à insatisfação das massas e anseio por mudanças. Tais fenômenos, contudo, ratificam a premissa de que o interesse político, no geral, não é um sentimento inerente ao brasileiro, sendo nele observado mediante ondas de revoltas populares, tornando possível delimitar seu começo e fim. A priori, os surtos de insatisfação política iniciam-se a partir da diminuição do poder aquisitivo dos indivíduos, inferindo-os questionamentos acerca da idoneidade do poder executivo, em níveis municipais, estaduais e federais. Por conseguinte, o número de elementos cientes da situação caótica em que se encontram gradativamente atinge maiores porcentagens da população, acarretando na formação de movimentos que buscam mudanças, até, por fim, eclodirem manifestações, demarcando o estágio final da concretização da consciência política na sociedade. Embora, porém, episódios como as manifestações de 2013 e a Revolta da Vacina, ocorrida em 1904, demonstram a eficácia da união das massas em prol de um objetivo comum, apesar de ser um processo demasiado lento e vulnerável, devido principalmente à ignorância da camada popular brasileira. Ademais, as ciências políticas configuram-se como um assunto restrito àqueles quem detém elevado nível de instrução, invalidando o próprio conceito de democracia ao excluir e afastar um grande contingente de indivíduos da discussão de um tópico exacerbadamente relevante à sociedade. Outrossim, a união entre o Estado e a sociedade civil configura-se estritamente necessária para a formação de noções políticas individuais e a superação de crises políticas e econômicas. Sendo assim, é imprescindível com que haja a criação de uma disciplina escolar voltada ao estudo da política, discutindo-se os modelos de governo, as personalidades mais relevantes e o comportamento popular a datar as primeiras civilizações, a fim de que se desperte nos indivíduos, desde as menores idades, o interesse por questões políticas e o reconhecimento de seus direitos e deveres. Por fim, é essencial com que as esferas públicas administrativas tornem suas atividades mais transparentes, com o objetivo de suas decisões serem mais acessíveis à população, para que esta possa pressionar os governantes a exercerem um governo efetivamente democrático.